quinta-feira, 19 de novembro de 2009

BEZERRO DE OURO - PARTE lll - Por Paulo Cilas

Diante da insistência do povo, Arão, tomando as argolas de ouro e formando o bezerro, agora se depara com uma dificuldade ainda maior: “Quando o povo vê o bezerro pronto começa a bradar - São estes, oh Israel, os teus deuses que te tiraram da terra do Egito”. Arão diante de tal afirmação imediatamente levanta um altar e diz “- Amanhã será festa ao Senhor”.
O que vemos é que não dá para ceder nos princípios fundamentais da fé porque isso nunca termina bem, como veremos em outro momento. É um abismo chamando outro abismo. Arão concordara com o bezerro e agora tenta conciliar o culto ao bezerro com o culto também a Deus. No dia seguinte eles madrugaram com holocaustos e trouxeram ofertas pacificas. É bom observar que eles continuavam cumprindo princípios de um culto normal. O engano se deu e se dá ainda hoje da mesma maneira quando também muitos continuam a cumprir obrigações e atos de culto. Textos bíblicos são aplicados, princípios são ensinados, contudo as imagens dos bezerros modernos estão ali envolvidas. Então percebemos que a pratica normal de culto se torna uma sombra, uma cortina de fumaça que na verdade apenas encobre o erro maior cometido no meio do “arraial”.
Está escrito que de Deus não se zomba e que Deus não dá Sua glória a ninguém. Sendo assim é inútil tentar conciliar bezerros com Deus. E não adianta a alegação que tendo um chamariz forte fica mais fácil reunir o povo para então falar de Deus. Não é assim que vemos em toda Bíblia Deus agir. Jesus em certo momento, vendo que muitos discípulos tinham desistido de estar com ele, pergunta aos que ficaram se eles também não queriam se retirar ao invés de oferecer algum incentivo para estes ficarem e para aqueles voltarem.
Muitas vezes, olhando as muitas reuniões repletas de pessoas que cantam e pulam, que choram, logo pensamos que é um culto genuíno a Deus. E será, se o que motiva o povo a isso não for um líder admirado, uma música apelativa, uma mensagem empolgante, porém sem consistência bíblica e com muitas promessas humanas duvidosas. Então, se está escrito que “Só ao Senhor adorarás, e só a Ele prestarás culto”, o culto só é legítimo com essa consciência. O Senhor como o centro, sem dividir a atenção com nada e com ninguém.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

BEZERRO DE OURO – PARTE II – Por Paulo Cilas

Sem saber como aguardar as instruções de Deus para o prosseguimento de sua vida, o povo agora tem de eleger uma referência, algo que lhe sirva para animar a vida ali, dar sentido aquele ajuntamento. Então o povo vai a Arão, o sacerdote, e simplesmente diz: “Faça-nos deuses que vão adiante de nós” (Ex. 32.1).

Repare que para pedirem uma referencia nova, precisam dizer que Moisés morreu, já que demora. Assim também é verdade que muitos começam a dizer que a igreja está morta, está fria – situação que muitas vezes foi verdadeira na igreja, mas quem providenciou um avivamento foi Deus, e não o homem. O mover de Deus desperta – e com esse argumento de “morta e fria” precisam aquecer sempre de um jeito. Jeito, normalmente, artificial, megalomaníaco, fundamentado em artifícios.

Arão, em seu primeiro vacilo diante desse quadro, sentindo-se pressionado, diz: “Tirem as argolas de ouro [...] e tragam a mim” (Ex. 32.2). Isso é fantástico! Salomão iria dizer que não há nada de novo debaixo do sol, o que foi, é o que é, e o que volta a ser. O ouro está sempre envolvido nesse chamado, despertamento, novo sentido!

Cegadas pela impaciência as pessoas entregam o ouro, literalmente. E muitas fazem com uma devoção surpreendente, uma convicção que parece ser legitima. É quase sempre certo que a entrega do “ouro” é representada mesmo em valores, dinheiro etc. Pense que muitos novos programas de televisão, principalmente de uma igreja com visão “de ampliação”, “de conquista”, “de abençoar todo povo” começam com o seguinte discurso: Esse é um programa para abençoar a tua vida, a tua casa, a tua família. Vai abrir portas... diversas portas” . Logo depois, o discurso muda: “Ajude a manter esse programa! Seja uma coluna! Deus irá te abençoar se você o fizer”.

Enfim, tudo termina na entrega do “ouro”. “Textos, fora de contexto, usados como pretexto”! Essa frase que sempre ouvi, explica bem a maneira de como isso se opera. Textos bíblicos isolados, muito mais do que fora do contexto, estão fora do Espírito da Bíblia, são palavras de ordem ditas com muito autoritarismo humano, e nenhuma autoridade espiritual. Alias, a palavra “espiritual” é muito usada também.

E assim, não entendendo a importância de um crescimento natural e contínuo, desejando até mesmo ações de Deus contudo desprezando o que de Deus já se tem e com um Arão sincero porém claudicante, o bezerro vai sendo erguido. Mas, o mais triste é que, além do ouro, as pessoas entregam suas próprias almas, tornando-se sem identidade. E, em alguns casos o que vemos é uma unidade de manada em desenfreada carreira, repetindo chavões requentados com pompa de coisa nova e dominada por um culto que não é a Deus. Massa de manobra. O culto racional aconselhado pelo apóstolo Paulo passa ao largo. E esse é o valor maior que se perde. Porque não há nada mais triste do que ver alguém seguindo e repetindo mecanicamente seus Bezerros, sem ter senso crítico, pois não julgam tudo, como é recomendado pelos profetas, pelos apóstolos e principalmente por Jesus, à luz da Bíblia.

Ouro e alma confiscados.

O culto só pode ser a bezerros.

Obs. Na terceira parte: Como Arão, sendo sacerdote do Senhor, tenta conciliar os cultos.

Uma esquerda religiosa e sem esperança - Filipe Samuel Nunes em Gospelprime

As pilhagens e o gosto pela violência que atravessa os Estados Unidos têm surpreendido o mundo. Alguns argumentarão que o problema racial é...