quinta-feira, 23 de setembro de 2010

PARA NÃO DIZER QUE EU NÃO FALEI DAS FLORES - POR PAULO CILAS (reprise de outra primavera)



Essa música de Geraldo Vandré marcava uma era de revolta e insatisfação contra um regime político. As flores do título representavam a possibilidade de liberdade, uma liberdade ideológica que talvez só trocaria um regime ditatorial por outro. As flores na música poderiam ser tanto um desejo verdadeiro de justiça e liberdade como a anarquia de muitos que abraçavam uma luta sem nem mesmo saber do se tratava e tudo que a envolvia. Mencionar as flores serve para esse fim politico, como também, na pena de um poeta, exprimir sentimentos: “As rosas não falam, simplesmente as rosas exalam o perfume”...
Mas, quero falar de outras flores. Flores que estavam no Jardim do Éden, sejam as flores de um canteiro, sejam as flores que prenunciam os frutos. No Jardim da Perfeição, elas presenciaram tal perfeição ser contaminada, agredida, transformada e transtornada por uma atitude rebelde. Uma desobediência de quem não deveria obedecer por obrigação, mas por ser a melhor maneira de continuar caminhando entre as flores no jardim. Com a queda, as flores choraram. Não sei se foi aí que, junto com as rosas, apareceram também os espinhos. Fato é que está escrito que os cardos e abrolhos apareceriam também.
Salto a cena e vou para outro jardim, Getsemani. As flores desse jardim contemplam agora o Perfeito, o Cordeiro Imaculado experimentando a agonia, a angústia, a comoção que o faziam suar sangue. As flores, agora nascidas em terra impura, contaminadas pelo mal, também aguardam ansiosas que Ele vá até o fim, que Ele complete a sua missão e promova a redenção de toda a natureza que geme.
No primeiro jardim, o lugar era perfeito, o homem caído o contaminou. No segundo, “O Homem” era perfeito, e mesmo tendo tudo contra, Ele “fez seu rosto como um seixo”. Sinal de determinação de quem iria para a consumação de tudo. “Pelas suas pisaduras somos sarados” e "Ele olhará a nós e as flores, e com elas toda a criação e “verá o fruto do seu penoso trabalho”.
“Aparecem as flores na terra, chegou o tempo de cantarem as aves e a voz da pomba ouve-se em nossa terra. A figueira começou a dar seus figos e as vides, em flor, exalam seu aroma” (Ct.2.12,13)
Feliz Primavera!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

ESTÁTUA!! - POR PAULO CILAS



A brincadeira era até legal. A um comando com o grito "estátua" todo mundo tinha de ficar paralisado. Claro que havia a tentativa de ludibriar o comando em busca de uma posição mais confortável e as brigas intermináveis sobre quem se mexeu primeiro. Mas, afinal, tudo era brincadeira.

Mas a Bíblia nos traz uma história de alguém virando estátua. E não foi de brincadeira: "E a mulher de Ló olhou para trás e converteu-se numa estátua de sal" Gn. 19:26.

Tentei entender essa passagem bíblica sem a contaminação das histórias narradas em livros mitológicos e transformadas em imagens nos filmes como “Fúria de Titãs”. Digo isso porque não poderia incorrer no erro de tentar imaginar a cena Bíblica como um conto tipo "As Mil e Uma Noites" ou da carochinha. Mas, como entender o que realmente se passou na fuga de Ló da cidade de Sodoma ,vizinha de Gomorra?

A luz é lançada através da advertência de Jesus: “Lembrai-vos da mulher de Ló”!! Lc. 17:32. É curioso O Senhor fazer menção de uma personagem que sequer tem seu nome citado. Ora, se a importância não está em seus feitos e nem em sua própria pessoa resta o capítulo final de sua vida. E o que foi essa cena final?

Imagine essa mulher apegada ao seu padrão de vida, às coisas adquiridas, ao estilo de vida dos moradores de Sodoma e de repente tendo de largar tudo aquilo? Ela olhou para trás porque com certeza lamentava sair dali, pois queria ficar. Em uma decisão mais grave, era como os hebreus desejando a volta ao Egito, querendo as iguarias egípcias. Com certeza houve ali um cataclisma envolvendo as entranhas da terra que passaram a cuspir para o ar fogo e enxofre e que, ante a ordem de Deus,agora caíam sobre aquelas cidades. No entanto, não só o enxofre caía, mas também um elemento fundamental daquele local: O sal. Que ainda hoje é visto no Mar Morto e em suas margens em alta densidade. Isso mesmo, das entranhas daquela terra foram cuspidas borras com este principal elemento.

E como aquela mulher não saiu correndo em disparada, em sua hesitação ela foi tomada por uma dessas borras, que a envolveu e ficou ali "estatelada".

Somos chamados a sair desse mundo, a corrermos desse mundo, não sermos amigos desse mundo. E aqui não falamos de bobagens criadas por religiosos - que vivem dizendo “o que pode e o que não pode”- mas do espírito maligno desse mundo. Estamos falando do império das trevas que tem governado aqui. Somos chamados a correr desse mundo, a olharmos a pátria além e se não entendermos isso, ficaremos obcecados pelas vaidades desse lugar e de seu espírito sombrio que tenta nos seduzir. Ficaremos com pena de deixar “as coisas boas”. Daremos valor aos sentimentos errados, como orgulhos e vaidades. As conquistas daqui nos encherão os olhos ... E passaremos a correr o risco de também ficarmos retidos pelos elementos principais que constituem esta Sodoma dominada pelo mal que ora tem como príncipe a satanas.

Ouçamos a voz de Deus ou ouviremos a voz desse mundo dizendo: Estátua!

Uma esquerda religiosa e sem esperança - Filipe Samuel Nunes em Gospelprime

As pilhagens e o gosto pela violência que atravessa os Estados Unidos têm surpreendido o mundo. Alguns argumentarão que o problema racial é...