segunda-feira, 30 de abril de 2012

PASTOREIA AS MINHAS OVELHAS - MARCELO GOMES

Publicado em 22.02.2008 Amantes cuidam. Protegem. Interessam-se pelo bem-estar da pessoa amada. Interessam-se por tudo que lhe diga respeito ou interesse. São voluntariosos e têm prazer em servir. Se vêem o outro feliz, ficam felizes também. Se o vêem sofrer, sofrem. Amantes não medem esforços para satisfazer as necessidades daqueles a quem querem bem. Jesus perguntou a Pedro: “Tu me amas?”. Já havia lidado com as imperfeições de Pedro. Sabia de sua impulsividade, sua raiva, sua soberba. Já havia profetizado sua negação. Não tinha qualquer fantasia a seu respeito e tampouco o idealizava. Não queria saber se jamais erraria de novo ou se poderia corresponder às expectativas. Só perguntou se o amava. Pedro respondeu “sim”. Lembrou que o Mestre sabia de todas as coisas e, por isso, sabia que o amava. Só poderia mesmo ser um ato da onisciência; não havia nas ações recentes do velho pescador qualquer evidência convincente dessa verdade. Não o amava porque fazia por provar, mas porque podia ser visto por dentro, pelo próprio Jesus. “Pastoreia as minhas ovelhas” – Jesus ordenou a Pedro. Amantes cuidam. Pedro, na condição de amante, com suas imperfeições e dificuldades, estava convidado ao único posto que um amante pode ocupar, ainda que seja limitado: o lugar de um pastor. Porque pastores não são aqueles que possuem títulos e cargos. Muito menos aqueles cujo interesse consiste em provar a si mesmos. Pastores são amantes, interessados no bem do amado. O bem é o rebanho. Não é às ovelhas que amam. Amam Àquele que as ama infinitamente. Amam-nas por Sua causa. Consideram o preço que pagou por elas e não podem negligenciar seus interesses. Sabem o quanto Lhe são importantes. Por amor, pastoreiam-nas. Não por qualquer outra razão. Se falham, ao Seu perdão recorrem com a confiança dos amantes. Se têm sucesso, à sua graça atribuem todo o bem fazer. São amantes, nada mais. O amor a Cristo é a força motivadora dos crentes para o pastoreio mútuo. Envolve serviço, dedicação e, às vezes, até recursos. Não é fácil. Fácil é encontrar quem queira ser pastoreado, socorrido, atendido em suas necessidades. Para desejar que me pastoreiem, basta amor próprio; para desejar pastorear alguém, é preciso que ame a Cristo acima de todas as coisas. “Cristãos, vós me amais?” – pergunta, hoje, o mesmo Jesus. “Pastoreiem minhas ovelhas”. O Senhor está à procura de amantes, homens e mulheres transformados, crentes cheios do Espírito de Amor, pessoas interessadas em servir ao Deus de suas vidas no cuidado daqueles que lhe são caros. Mas quem cuidará deles? Quem lhes atenderá quando estiverem cansados ou desanimados? O Amado os pastoreará. É o supremo Pastor. Cuidará de suas necessidades porque é o Amado e o amante. Ou esquecemos de que O amamos porque Ele nos amou primeiro? Sabe o que precisamos e suprirá nossos corações. Na maioria das vezes, enviará outros amantes, pessoas comuns e dedicadas, ombreadas conosco nesse ministério de cuidado. Daremos graças por suas vidas. Descobriremos o quanto é importante continuar. Na bênção!!! Tudo Pelo Reino

sexta-feira, 13 de abril de 2012

DESCULPE-ME, MAS SOU UM MERO PASTOR - FELIPE COSTA NO "MERO CRISTIANISMO"




…porque eu não vou mudar a minha voz para que você sinta segurança, achando que tenho alguma autoridade, quando eu falar;

…porque eu não vou pensar por você para facilitar sua jornada espiritual;

…porque eu não vou falar mais alto do que você precisa para ouvir;

…porque eu não vou lhe ensinar a determinar ou dar ordens ao Pai, como um filho mimado o faz;

…porque eu não lhe dizer que você é um vencedor quando o a sua espiritualidade está falida;

…porque eu não vou lhe ensinar a temer a Deus mais do que a amá-lo;

…porque eu não lhe direi que você é especial simplesmente por estar frequentando uma Igreja;

…porque eu não alimentarei o seu ego pregando somente as coisas que você gosta de ouvir;

…porque eu não lhe ensinarei a ser próspero a qualquer custo enquanto o mundo morre de fome;

…porque eu não lhe ensinarei a mover as mãos de Deus através de uma oferta sacrificial;

…porque eu não lhe direi que Deus me revelou algo que não está no texto, somente para fazer a mensagem melhor para você;

…porque eu não lhe direi que você não pode beber, se tatuar, ouvir músicas que não tocam na Igreja somente para facilitar o meu pastoreio;

…porque eu não vou lhe ensinar que a igreja de quatro paredes é a casa de Deus;

…porque eu não vou lhe ensinar que se você entregar o dízimo sua responsabilidade com os necessitados estará cumprida;

…porque eu não vou transformar a reunião do culto numa rave para que você fique atraído pelo ambiente;

…porque eu não vou lhe ensinar a marchar por Jesus, enquanto Ele quer que marchemos pelo próximo;

…porque eu não lhe darei uma lista do que pode ou do que não pode para você farisaicamente siga um mandamento no lugar de um Deus;

…porque eu não lhe ensinarei que há um Diabo maior do que a Bíblia conta somente para você poder colocar em alguém a sua culpa;

…porque eu não lhe ocultarei os meus erros para você pensar que é liderado por alguém melhor que você;

…porque eu não vou falar em nenhuma outra língua além da que você consegue compreender;

…porque eu não lhe tratarei melhor por causa do carro que você anda, da roupa que você veste ou do dinheiro que você põe no gazofilácio.

Dentre muitas outras coisas que poderia dizer: fique certo: sou um péssimo pastor.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

CREIO NA RESSURREIÇÃO DO CORPO - ED RENÉ KIVITZ



Os cristãos do primeiro século escandalizaram o mundo afirmando que Deus se fez carne, padeceu e morreu no corpo, e no corpo ressuscitou. O Credo Apostólico ecoou no mundo antigo e reverbera até hoje: Creio na ressurreição do corpo, o que acarreta uma absoluta revolução na vida desde aqui e para a eternidade. A respeito disso, Paulo Brabo comenta a obra de Alan F. Segal, Life After Death, que discorre sobre a geografia e a história da vida após a morte na cultura ocidental, e também a respeito da radical diferença entre o pensamento grego e o pensamento judaico-cristão.

Os gregos acreditavam que a essência do ser humano é a alma. O corpo é uma prisão, disse Platão. Acreditavam que o corpo era perecível e efêmero, diferente da alma, imperecível e eterna.

Mas a Bíblia Sagrada ensina diferente. Os primeiros cristãos sabiam que o corpo seria preservado para a vida eterna, pois não somente a alma, mas também o corpo é parte essencial do que somos.

Os gregos falavam da vida eterna em termos de imortalidade da alma; os judeus e os primeiros cristãos falavam da vida eterna em termos de ressurreição do corpo, comenta Paulo Brabo. O ser humano é indissociável do corpo. Não é correto dizer que temos um corpo, pois na verdade, somos um corpo. A morte física não é, portanto, a oportunidade de nos livrarmos da prisão do corpo, pois é na ressurreição que é redimido e encontra finalmente sua plenitude. Paulo, apóstolo, ensina que, na ressurreição do corpo, o que é mortal é revestido de imortalidade, e o que é corruptível é revestido de incorruptibilidade. A esperança cristã é claríssima: a morte não implica a reencarnação, nem tampouco a dissolução do corpo (e do espírito e da alma) no todo etéreo imaterial. A morte não é a última palavra, pois vivemos na esperança da ressurreição: Se esperamos em Cristo apenas nesta vida, somos os mais miseráveis dos homens, disse o apóstolo Paulo.

Não deve causar espanto, portanto, o fato de Jesus ter dado tanta importância ao corpo. Seus milagres se concentraram na restauração do corpo. Isso pode ser entendido de duas maneiras. Primeiro como denúncia profética da condição humana que resulta da rejeição a Deus. As curas de Jesus são de fato uma dramatização exterior da restauração da identidade humana. A sabedoria judaica diz que a idolatria é um caminho de desumanização: os ídolos têm boca, mas não falam; olhos, mas não vêem; pés, mas não andam. O poeta bíblico diz que todos os que adoram ídolos acabam se tornando iguais a eles, isto é, desumanizados, coisificados, sem vida. Paulo, apóstolo, diz que o que nos confere identidade humana é o sopro divino, e que, uma vez que trocamos a glória do Criador pela glória das criaturas – ídolos, perdemos nossa identidade humana. Quando Jesus cura um cego, um homem mudo, um aleijado ou um leproso, está não apenas mostrando o que nos tornamos, como também e principalmente mostrando o que podemos e devemos nos tornar quando redimidos e reconciliados com Deus.

As curas físicas operadas por Jesus apontam também para o fato de que a redenção é essencialmente o resgate da plena identidade humana, o que necessariamente implica a redenção também do corpo. Isso não significa, como entendiam os gregos, que, ao realizar curas físicas, Jesus se rebaixou aos cuidados do corpo. Muito ao contrário, ao curar o corpo Jesus aponta exatamente a elevação do corpo como imprescindível constituinte da verdadeira, ou integral, identidade do que se pode chamar humano.

Não é pouco, portanto, celebrar a Páscoa como festa da ressurreição. Os cristãos, em todos os tempos, afirmam algo singular: cremos que Deus se fez carne; cremos que padeceu, morreu e ressuscitou em carne; cremos na ressurreição do corpo.

Celebrar a Páscoa como ressurreição de Jesus é afirmar a vida em sua plenitude e o ser humano em sua totalidade. Celebrar a Páscoa como ressurreição é afirmar o corpo como sagrado. Celebrar a Páscoa como ressurreição é afirmar a esperança da vida eterna!

fonte: Blog do Ed René Kivitz

Uma esquerda religiosa e sem esperança - Filipe Samuel Nunes em Gospelprime

As pilhagens e o gosto pela violência que atravessa os Estados Unidos têm surpreendido o mundo. Alguns argumentarão que o problema racial é...