terça-feira, 15 de abril de 2014

Trevas na Cruz e Luz da Cruz - Paulo Cilas


 
"Rude cruz se erigiu dela o dia fugiu como emblema de vergonha e dor. Mas contemplo essa cruz porque nela Jesus deu a vida por mim pecador..."  George Bennard (1873-1958)

   Poder das trevas
      Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro"! Como qualquer malfeitor Jesus foi pendurado. Eram as trevas de humilhação,do descrédito e da rejeição. Tinha sobre Ele toda culpa concentrada. 
- Sobre Ele estavam as trevas dos corações dos soldados que, numa ironia funesta, tiravam na sorte quem ficaria com sua túnica; desprezando quem morria viam como valor apenas um bem material (isso no faz pensar em alguma coisa?). 
 - Sofria as trevas dos corações dos religiosos acostumados a ditames religiosos de aparência. Eles mentiram para levar Jesus à crucificação porque esse mesmo Jesus falava duramente contra seus corações endurecidos. 
 - Jesus também sofria as trevas do medo dos corações de seus discípulos e demais seguidores. Só um deles ficou até o fim; os outros logo se dispersaram.
   
    Luz nas trevas
Mas, se para alguns as trevas predominavam, para outros a luz começou a vencer as trevas. 
 - A luz do coração do centurião. Vendo a mudança no tempo (o dia ficou como noite), a "atmosfera" que agora o envolve, ele vê no homem moído pelos nossos pecados o Filho de Deus. A luz invadiu seu coração! 
 - A luz que fez  Jose de Arimateia enxergar. De uma casta privilegiada e rica, esse homem desejava o reino de Deus. Tal desejo o levou a pedir o corpo de Jesus sepultando-o com honra, cumprindo o que tinha sido falado pelo profeta Isaias. Tornou-se discípulo.
 - A luz que iluminou a cruz do malfeitor arrependido. Em seus momentos finais esse malfeitor repreende um outro  - que queria tão somente que Jesus se revelasse poderoso para livrá-lo daquele momento -e, agora, aceita a sua condição admitindo que merecia estar ali. Tal homem foi invadido pela luz que revela nosso estado pecador e humildemente ele diz: "Lembra-te de mim". Jesus se lembrou!
             Nós podemos olhar para a cruz e deixar que as trevas também nos envolvam permitindo que nossos interesses, nossa religião desprovida de coração quebrantado e o medo predominem. Ou podemos ver na cruz a luz que nos envolve e que leva ao arrependimento. Que afirma, sem medo, que Jesus é o Filho de Deus.
         O que seria aparentemente a maior derrota tornou-se a vitória definitiva.


sexta-feira, 4 de abril de 2014

POR QUE É ESCURO? Paulo Cilas



Na minha ignorância pergunto ao meu filho por que o universo, o espaço sideral, é escuro mesmo com o sol brilhando? Então ele me responde: “ É simples, cabeção. A luz só ilumina, só reflete se houver um corpo na frente dele; se não, ela se perde, vai embora. 
Entendi tudo! E quase que imediatamente veio a aplicação prática para vida. Tal qual o sol a luz de Cristo está sempre brilhando. E a questão é: Ficamos na frente dela ou fugimos dela? Porque ainda que vacilemos, sejamos frágeis ou nos achando insignificantes - como seria um pedaço de meteoro comparado ao planeta Terra - se a luz tocar em nós brilharemos também. Então, a nossa escolha é: sabendo que a luz existe, deixá-la passar direto ou desejar se atingido por ela.
Jesus disse que todo aquele que ama a verdade vem para a luz. E o contrário também disse: todo aquele que quer viver no erro ama as trevas. Assim,  esse segundo é como o universo! Se torna vazio, escuro, ainda que a luz esteja lá; ele simplesmente foge dela.
Desejar receber a luz é ousado! Pois, assim como aos astros do universo, essa luz revela nossas crateras que são as nossas imperfeições. Mas ela não faz isso para nos ferir, não para nos envergonhar. Pelo contrário, ela nos faz assim para revelar como realmente somos e, então, nos tornar melhores. Então, compreendemos que ser melhor não é sinônimo de perfeição e, sim, de iluminação.
Que estejamos na frente da luz. Sejamos coma a Lua, como aprendemos na escola nos primeiros anos: “Ela (Lua) reflete a luz do sol”.
Brilhemos com a luz que recebemos de Cristo porque decidimos ficar na presença de Deus.

NÃO ME ENVERGONHO - ED RENÉ KIVITZ


Não, eu não me envergonho do Evangelho, "não me envergonho do evangelho porque é pode de Deus para a salvação de todo aquele que crê...", mas preciso dizer que "não me envergonho do evangelho" é diferente de "não me envergonho dos evangélicos", e também é diferente de "não me envergonho daquilo que é dito em nome do evangelho". Não me envergonho do evangelho também é diferente de "não me envergonho daquilo que é feito em nome do evangelho" ou de "não me envergonho daquilo que o senso comum pensa que é o evangelho". Não me envergonho do evangelho é bem diferente de "não me envergonho da subcultura evangélica ou da cultura religiosa construída a partir do evangelho", porque dessas coisas, ou da grande maioria delas, eu realmente tenho vergonha...

terça-feira, 1 de abril de 2014

Uma teologia por trás da Teologia da Prosperidade

Uma "teologia terapêutica" que influencia muito mais cristãos do que imaginamos.

Uma teologia por trás da Teologia da Prosperidade
Rosalee  Velloso Ewell nasceu em São Paulo, foi professora de teologia em vários seminários do Brasil e dos Estados Unidos. Atualmente, é diretora executiva da Comissão Teológica da Aliança Evangélica Mundial e editora do Novo Testamento do Comentário Bíblico Contemporâneo Latino-Americano que será publicado em breve. Ela será um dos preletores da Consulta Teológica e Pastoral "Um Chamado à Humildade, à Integridade e à Simplicidade", promovida pelo Movimento Lausanne e a Aliança Evangélica Brasileira, de 3 a 5 de abril em Atibaia (SP).
Na breve entrevista a seguir, Rosalee falta sobre a teologia por trás da Teologia da Prosperidade: uma "teologia terapêutica" que influencia muito mais cristãos do que imaginamos.
Cara Rosalee, você poderia nos dizer, em poucas palavras, quem é você e destacar as áreas com as quais está mais envolvida?
Eu sou a Rosalee Velloso Ewell, nascida em São Paulo, filha de Ary e Carolina Velloso.Atualmente trabalho com a Aliança Evangélica Mundial, servindo como diretora executiva da Comissão Teológica da mesma. Já fui professora em seminários no Brasil e nos Estados Unidos e estou morando na Inglaterra enquanto meu marido completa seus estudos para o doutorado.
A Consulta vai falar sobre humildade, integridade e simplicidade. Isso poderia ser considerado uma resposta aos desafios que vieram com o crescimento da Teologia da Prosperidade, que está tão em voga em muitas de nossas igrejas hoje?
Sim, podemos analisar a teologia e os ensinamentos da prosperidade usando as lentes de "humildade, integridade e simplicidade", mas estes temas aplicam-se a todos nós. Isto é, eles são um desafio para cada cristão e para cada comunidade, não só porque questionam o próprio meio de vida no mundo contemporâneo, mas porque nos forçam a repensar como nossas vidas refletem ou não a ética de Cristo.
Você já teve que enfrentar as questões da Teologia da Prosperidade em seu ministério?
Sim, mas talvez não no sentido de estar de frente com um pastor ou líder famoso por sua teologia da prosperidade. O perigo que mais me preocupa é como esta teologia está disfarçada no meio evangélico e os danos que causa ao testemunho da igreja. Já vi muitas igrejas que no seu falar e pregar são contra a Teologia da Prosperidade, mas no seu modo de vida, no seu dia a dia, exibem um cristianismo "terapêutico", um Jesus que às vezes tem algo a dizer sobre coisas da família ou sobre a saúde, mas ignoramos o que ele diz sobre o dinheiro e as questões econômicas.
Como você vê o impacto da Teologia da Prosperidade na vida das igrejas e das pessoas em muitos países pobres, como vem acontecendo hoje?
Creio que esta teologia usa a pobreza de muitos para crescer e multiplicar-se, mas que não é um problema só de países pobres. Como já disse, a "teologia terapêutica" está em todos os lugares - ricos e pobres - e tem um impacto muito negativo no testemunho da igreja. Se os cristãos em lugares pobres aprendessem a viver de tal forma que mostrassem verdadeiramente as bençãos de Deus, se demonstrassem sinceramente o poder transformador de Cristo (inclusive na área financeira), acho que a teologia da prosperidade não sobreviveria. Mas como o testemunho de cristãos é tão fraco, as promessas e a esperança que a Teologia da Prosperidade oferece servem como um bálsamo, um remédio contra a pobreza e a tristeza.
Qual seria o seu apelo às igrejas jovens e que aumentam cada vez mais, como acontece aqui no Brasil?
Não caiam na armadilha da "teologia terapêutica", mas procurem oferecer uma esperança melhor, uma teologia melhor do que aquela oferecida pela Teologia da Prosperidade. Se cremos realmente que Jesus é Senhor, quais a implicações desta afirmação em termos de como vivemos em comunidade, como igreja, como pessoas que fazem parte de um só corpo?
Qual o legado de Lausanne 74?
Um dos principais legados do Congresso Lausanne 1974 foi ajudar a própria igreja a olhar para si mesma e fazer uma autocrítica, perguntando-se se estava realmente sendo fiel à Palavra de Deus e engajada na missão que o Senhor lhe havia deixado. Porém, talvez o legado mais marcante seja o fato de o Pacto de Lausanne ter estabelecido, de uma maneira clara e contundente, a importância do envolvimento do cristão com a sociedade que nos rodeia.

Uma esquerda religiosa e sem esperança - Filipe Samuel Nunes em Gospelprime

As pilhagens e o gosto pela violência que atravessa os Estados Unidos têm surpreendido o mundo. Alguns argumentarão que o problema racial é...