quinta-feira, 26 de novembro de 2015

BEZERRO DE OURO – Parte III - Paulo Cilas


Diante da insistência do povo, Arão, tomando as argolas de ouro e formando o bezerro, agora se depara com uma dificuldade ainda maior: “Quando o povo vê o bezerro pronto começa a bradar – “São estes, oh Israel, os teus deuses que te tiraram da terra do Egito”. Arão diante de tal afirmação imediatamente levanta um altar e diz: “Amanha será festa ao Senhor”. O que vemos é que não dá para ceder nos princípios fundamentais da fé porque isso nunca termina bem, como veremos em outro momento. É um abismo chamando outro abismo. Arão concordara com o bezerro e agora tenta conciliar o culto ao bezerro com um culto normal. O engano se deu em se dá ainda hoje da mesma maneira quando também muitos continuam a cumprir obrigações e atos de culto. Textos bíblicos são aplicados, princípios são ensinados, contudo as imagens dos bezerros modernos estão ali envolvidas. Então percebemos que a pratica normal de culto se torna uma sombra, uma cortina de fumaça que na verdade apenas encobre o erro maior cometido no meio do “arraial”.
Está escrito que de Deus não se zomba e que Deus não dá Sua glória a ninguém. Sendo assim é inútil tentar conciliar bezerros com Deus. E não adianta a alegação que tendo um chamariz forte fica mais fácil reunir o povo para então falar de Deus. Não é assim que vemos em toda a Bíblia Deus agir. Jesus em certo momento, vendo que muitos discípulos tinham desistido de estar com ele, pergunta aos que ficaram se eles também não queriam se retirar ao invés de oferecer algum incentivo para estes ficarem e para aqueles voltarem.
Muitas vezes, olhando as muitas reuniões repletas de pessoas que cantam e pulam e choram, logo pensamos que  é um culto genuíno a Deus. E será, se o que motiva o povo a isso não for um líder admirado, uma musica apelativa, uma mensagem empolgante, porem sem consistência bíblica e com muitas promessas humanas duvidosas. Então, se está escrito que “Só ao Senhor adorarás, e só a Ele prestarás culto”, o culto só é legitimo com consciência. O Senhor como o centro, sem dividir a atenção com nada e com ninguém.


terça-feira, 24 de novembro de 2015

O Warrenismo e a Falsa Teologia do Livro Uma Igreja com Propósitos — Por Que Você Precisa se Acautelar - Jeremy James

A metodologia Igreja com Propósitos, desenvolvida e promovida por Rick Warren, está levando milhões para longe do Cristianismo bíblico. Este ensaio mostra como esse novo modelo de igreja baseado nas necessidades dos buscadores é, na verdade, uma falsificação engenhosamente criada do verdadeiro Cristianismo, em que as verdades essenciais da Bíblia são substituídas por conceitos enraizados na Psicologia moderna, no desenvolvimento pessoal, no pensamento positivo, na transformação social, na ciência da Administração e nas filosofias da Nova Era. Essa falsificação do Cristianismo é apoiada pelo uso cuidadosamente selecionado de 14 diferentes traduções e paráfrases da Bíblia, a maioria das quais não é confiável e, portanto, é perigosa para a instrução doutrinária.
Se você participa como membro de uma Igreja com Propósitos, então precisa considerar as informações apresentadas neste ensaio. Talvez você se considere um cristão nascido de novo, mas posso assegurar que, se estiver totalmente comprometido com a falsa teologia de Rick Warren, então está em sérios problemas com o Senhor.

Pano de Fundo

Algumas informações de pano de fundo podem ser úteis. Minha conversão a Cristo ocorreu menos de dois anos atrás. Até os 19 anos vivi como um católico romano; depois, passei os 33 anos seguintes no Movimento de Nova Era. O Senhor em Sua misericórida me tirou das garras do inferno. Desde então tenho aprendido o quão enganoso o Movimento de Nova Era realmente é. Mas, também aprendi — para minha grande surpresa — que as mesmas forças da enganação estão extremamente ativas dentro da comunidade cristã professa. Heresia, apostasia e desvios são a norma! É bastante raro encontrar hoje uma igreja que pregue o verdadeiro Cristianismo bíblico, sem contemporização de qualquer tipo.
Dentre as muitas falsas versões de Cristianismo que encontrei desde minha conversão, nenhuma se compara com a de Rick Warren, em termos de pura enganação. Com saí do Movimento de Nova Era, sei muito bem como uma pequena mentira pode se acumular sobre outra de um modo muito sedutor, até que um reluzente palácio de ilusão fique pronto para ocupação pelos incautos.
O warrenismo é bem-sucedido porque nenhuma de suas mentiras é grande. É difícil (embora não impossível) apontar para uma passagem específica no livro Uma Vida com Propósitos e declarar, sem qualquer dúvida, que aquilo é falso. Apesar disso, a maior parte dos tijolos com os quais o palácio do Warrenismo é construído é ligeiramente irregular. Somente depois de um número suficiente deles ter sido colocado um sobre o outro é que podemos ver os vãos e desalinhamentos resultantes. O abrigo e segurança que o palácio deveria oferecer são apenas uma ilusão.

A Arte de Escrever uma Encenação, de Rick Warren


O warrenismo explora as maiores fraquezas na natureza humana. Em nosso estado caído, desejamos uniformidade, aceitação, reconhecimento e uma vida fácil. Queremos que nossas imperfeições sejam desconsideradas e que nossos talentos sejam aclamados. Ninguém quer ouvir que é um trapo de imundície aos olhos de Deus e que, por melhor que seja, se não nascer de novo em Cristo, está condenado ao inferno. Portanto, Warren toma o cuidado de NUNCA destacar esse fato espiritual devastador. Embora seja uma mensagem fundamental do Evangelho — uma mensagem dura e atemorizadora de certo modo — ela é empurrada para o segundo plano na teologia warrenista. O leitor do livro Uma Igreja com Propósitosé atraído mais e mais para o falso evangelho de Rick Warren pelo uso contínuo que ele faz de referências bíblicas. Ele cita cerca de 750 versos bíblicos nos 40 capítulos do livro, todos os quais parecem apoiar sua teologia não-ortodoxa.
Poucos leitores fazem a pergunta óbvia: se esta nova versão de Cristianismo é biblicamente sólida, então por que nunca foi ensinada antes? Afinal, se Warren estiver correto, então muitos gigantes da doutrina cristã estavam amargamente enganados. Podemos esquecer Matthew Henry, Matthew Poole, C. H. Spurgeon, John Wesley, Jonathan Edwards, H. A. Ironside, Vernon McGee, D. L. Moody, A. W. Tozer, Martin Lloyd Jones, R. A. Torrey e muitos outros. Se Warren estiver correto, então esses homens estavam errados.
De fato, Warren tem uma confiança tão grande em suas visões que acredita que elas inaugurarão uma nova Reforma. (As ambições dele são equiparáveis somente à sua modéstia.)
Por outro lado, se Warren estiver enganado — e não tenho dúvida que ele está — então como foi que conseguiu enganar tantas pessoas? Como um grande mágico no palco, ele realizou um truque fabuloso que ninguém na audiência foi capaz de descobrir. Normalmente, as únicas pessoas que podem decifrar os segredos que estão por trás desses truques são outros mágicos que assistirem à apresentação. Durante meus 33 anos na Nova Era, fui uma parte inocente de muitas dessas enganações, de modo que (para minha vergonha) provavelmente me qualifico como um ex-mágico de palco. Assim, permita-me demonstrar como Rick Warren, o mestre da moderna arte de escrever encenações, realizou uma grande e fantástica ilusão.

Como Enganar Aqueles Que Sinceramente Buscam a Deus

Primeiro, para um bom truque funcionar, a audiência precisa estar convencida que ele é impossível. Warren prepara o palco, como se este existisse, citando Escrituras tão frequentemente que você passa a ter a certeza que cada movimento que ele faz é legítimo e à plena vista. Nenhum dos 40 capítulos de Uma Vida com Propósitos é muito longo, e cada um deles é bem fácil de entender. Ali, parece haver pouco espaço para uma manobra ou prestidigitação. Essa aparente simplicidade contribui muito para reforçar a ilusão.
Um bom mágico que faz apresentações no palco explora a tendência em sua audiência para fazer muitas suposições naturais. Em seguida, direcionando cuidadosamente a atenção da audiência, ele pode atrair as pessoas a focarem sua atenção para a parte errada do seu ato. Portanto, que parte do "ato" de Warren é a mais enganosa? Na verdade, é a parte em que você mais confia — a própria Bíblia.
Isto somente se tornou possível por meio daquilo que pode ser descrito como "avanços na tecnologia". Os grandes mágicos de palco do século 19 estavam constantemente atentos às inovações científicas e técnicas, acerca das quais o público em geral ainda não estava informado. Eles então podiam criar novos atos que incorporavam secretamente aquelas técnicas avançadas.
Rick Warren explorou o equivalente religioso de um avanço na tecnologia, isto é, o aparecimento em décadas recentes de várias novas traduções da Bíblia. Essas traduções e paráfrases dão uma incrível liberdade de ação para qualquer um que queira fabricar novos conceitos doutrinários e, ao mesmo tempo, manter o verniz da autoridade das Escrituras. Warren explorou isto no máximo em Uma Vida com Propósitos, pois usou pelo menos 14 diferentes traduções e paráfrases da Bíblia para apoiar sua teologia artificial. (Veja a tabela a seguir.)

Múltiplas Versões da Bíblia

Rick Warren sabia que a maior parte do público não tem ideia que muitas dessas traduções modernas contêm sérias imprecisões. O padrão de erudição que está por trás delas é absolutamente terrível. Para um texto proposto ser considerado uma "nova" tradução para propósitos de direitos autorais, ele precisa diferir de todas as outras versões em uma frequência especificada. Assim, há um poderoso incentivo para que esses assim chamados eruditos emendem a Palavra de Deus de tantos modos quanto puderem. Somente assim eles podem acumular mudanças suficientes para permitir que seu "produto" se qualifique como uma nova versão da Bíblia, para fins de direitos autorais. Em outras palavras, o sistema incentiva a invenção, a má interpretação e a distorção. Algumas das assim chamadas "traduções" modernas são nada mais que uma descuidada paráfrase do original. Muitas delas são inadequadas até mesmo para propósitos devocionais e não há absolutamente justicativa alguma para usar qualquer uma delas para fundamentar uma nova posição doutrinária. Elas simplesmente não possuem o rigor e a exatidão necessários para esse propósito.
Mas, isto não deteve Rick Warren. Ele seguiu em frente, sabendo que poucos de seus leitores conheceriam as limitações do material que ele estava usando. Ele então "apanhou suas cerejas" ao longo do caminho, procurando entre as 14 versões da Bíblia, para encontrar qual delas trazia o verso traduzido da forma mais conveniente para ele. Se ficasse sem uma boa alternativa, ele sempre podia recorrer à Mensagem — uma paráfrase da Bíblia que é tão pervertida que é vista por muitos como uma tentativa deliberada de solapar a Palavra de Deus revelada aos homens.
Como um mágico de palco experiente, Warren move-se com talento e desenvoltura pelos 40 capítulos. Quanto mais segura for a apresentação e mais onisciente o narrador, maior será a ilusão da audiência. O leitor é deixado com a certeza que o grande feito somente foi possível porque estava baseado na verdade.
Além disso, Warren usa aproximadamente 750 versos das Escrituras para reforçar essa percepção. Ele gosta especialmente de traduções que incluam palavras e conceitos que apareçem de forma proeminente em sua própria filosofia. Entre elas estão: propósito, visão, objetivo, foco, teste, realizar, relacionamento, amizade, imaginação, coração, experiência, atitude, capacidade, prática, bem-sucedido, mensagem, poder, mudança, plano, maduro, equilíbrio e integridade. Não é acidente que essas mesmas palavras apareçam frequentemente no vocabulário da Psicologia do desenvolvimento pessoal e da auto-estima.

VERSÕES DA BÍBLIA Usadas por Rick Warren

Vezes Usadas

% do Total
NLTNew Living Translation (1996)
145
19%
NIVNew International Version (1978)
120
16%
MSGThe Message (Bible) (1993)
116
16%
TEVToday’s English Version / Good News Translation (1992)
87
12%
LBLiving Bible (1979)
81
11%
NCVNew Century Version (1991)
63
8%
CEVContemporary English Version (1995)
55
7%
GWTGod’s Word Translation (1995)
31
4%
KJVKing James Version (1611)
14
2%
PHNew Testament in Modern English (Phillips) (1958)
11
1%
NASBNew American Standard Bible (1973)
8
1%
NRSVNew Revised Standard Version (1990)
5
1%
AMPAmplified Bible (1965)
4
1%
NJBNew Jerusalem Bible (1985)
4
1%
Número total de versos:
744
100%
As versões modernas da Bíblia utilizam muitas palavras vagas e inapropriadas deste tipo. É por isto que Warren baseia aproximadamente dois terços de suas citações em versões publicadas a partir de 1990. Quanto mais frequentemente o leitor encontrar essas palavras ambivalentes nos versos citados por Warren, mais provável é que ele aceite sua teologia.

VERSÕES DA BÍBLIA Publicadas a Partir de 1990

Vezes Usadas

% do Total
NLTNew Living Translation (1996)
145
19%
MSGThe Message (Bible) (1993)
116
16%
TEVToday’s English Version / Good News Translation (1992)
87
12%
NCVNew Century Version (1991)
63
8%
CEVContemporary English Version (1995)
55
7%
GWTGod’s Word Translation (1995)
31
4%
Número total de versos:
497
66%
Qualquer autor que faça uso de 14 versões da Bíblia em seu livro certamente tem pouco ou nenhum respeito por qualquer tradução. Isto é muito problemático, pois implica fortemente que nenhuma tradução é confiável. Se nenhuma tradução é confiável, então as doutrinas fundamentais do Cristianismo não podem ser definidas claramente por uma única fonte de autoridade. O único modo de podermos identificar quais são essas doutrinas é depender que um erudito bíblico nos mostre — presumivelmente alguém como o próprio Rick Warren. Quando isto acontece, terminamos com uma doutrina de homens, com todos os erros, omissões e distorções que isso implica.

A Palavra Real de Deus

Precisamos nos lembrar que as Escrituras não são a expressão humana das ideias divinas. O Senhor não inspirou os profetas com pensamentos e imagens, mas com palavras reais. As próprias palavras são inspiradas. Assim, uma paráfrase nunca é mais do que um produto humano. Ela NÃO é a Palavra de Deus. De todas as Bíblias usadas por Rick Warren, somente a Tradução Autorizada do Rei Jaime (KJV) evita os problemas com as paráfrases e com a interpretação dinâmica, isto é, a redeclaração do texto original em uma linguagem mais acessível.
"Portanto assim diz o SENHOR Deus dos Exércitos: Porquanto disseste tal palavra, eis que converterei as minhas palavras na tua boca em fogo, e a este povo em lenha, eles serão consumidos." [Jeremias 5:14].
O pastor Bob DeWaay chamou a atenção para o problema central no tratamento que Warren faz das Escrituras quando disse: "As Escrituras, sendo a própria voz do Espírito Santo aos homens, sempre precisam ser tratadas com um sentimento sagrado de temor e com o mais profundo respeito pelo significado do texto." [pág. 208].
A atitude liberal de Warren fica ainda mais salientada por outra técnica que ele usou em Uma Vida com Propósitos. Normalmente, quando um autor cristão cita um verso das Escrituras em um capítulo e sente a necessidade de repetir o mesmo verso em um capítulo posterior, ele simplesmente reproduz o mesmo texto. Isto é tão óbvio que nem precisaria ser mencionado. Mas, não é isto que Warren faz. Em pelo menos 121 ocasiões ele usa uma tradução diferente de um verso que já citou antes. Deste modo, ele é capaz de citar até mais versos da Escrituras em suporte à sua posição do que seria possível de outra forma. Em alguns casos, um mesmo verso é citado 3 ou 4 vezes, mas em traduções diferentes.
Se você se sente confortável com esta abordagem, então está rejeitando a metodologia usada ao longo de centenas de anos pelos eruditos e exegetas bíblicos. Se a identificação da sã doutrina depende da engenhosidade humana e de pessoas especiais que têm um talento para identificar a verdadeira Palavra de Deus, então cristãos sinceros em toda a parte estão à mercê de uma elite auto-indicada.

Qual é o Evangelho de Rick Warren?

Uma análise detalhada da Igreja com Propósitos requereria muito mais espaço do que está disponível para um ensaio de tamanho razoável, mas tentarei discutir as diferenças fundamentais entre o Evangelho de Warren e o verdadeiro Evangelho bíblico em algumas poucas páginas.
Vejamos primeiro o verdadeiro Evangelho para nos lembrarmos daquilo que a Bíblia realmente ensina:
O Evangelho Segundo a Bíblia

Todos os homens nascem sob a condenação de Deus. Eles estão destinados ao inferno, a não ser que se arrependam de todo o coração e aceitem o dom da salvação por meio do sangue de Cristo, que pagou a dívida do pecado para nós. Somente pelo novo nascimento é que podemos ser um novo homem regenerado, capaz de viver em submissão à vontade de Deus. Quando isto acontece, o Espírito Santo passa a fazer habitação permanente dentro de nós. Nosso viver diário com Cristo é construído com oração, adoração, estudo das Escrituras e separação dos valores deste mundo.
Este deveria ser o Evangelho ensinado pela Igreja com Propósitos, mas não é. Na verdade, é virtualmente impossível para um incrédulo, por meio do estudo cuidadoso de Uma Vida com Propósitos, distilar essa mensagem a partir de dentro das 300 páginas do livro. Se assim é, então o que irá o leitor mediano compreender como o "evangelho" no sistema de salvação de Warren? Esta é a pergunta que todos deveriam fazer, pois é central para aquilo que a Igreja com Propósitos representa.
Aqui está uma formulação plausível:
O Evangelho Segundo o Livro Uma Igreja com Propósitos
Deus o ama incondicionalmente. Ele quer que você seja feliz. Tudo o que você precisa fazer é confiar em Jesus e tudo dará certo para você. Você sempre deve viver com a compreensão que é especial e que está em uma jornada de autodescoberta. Trabalhando diariamente em seu relacionamento com Jesus e ajudando a melhorar o mundo, você está cumprindo sua missão e seu propósito na vida. É dever de todo cristão ir ao mundo e dizer a todos para confiarem em Jesus. Se todos nós fizermos isso, o mundo se tornará o lugar lindo que foi criado para ser.
Embora seja duvidoso que 100% dos membros da Igreja com Propósitos concordem plenamente com esta definição, acho que é correto dizer que a maioria a acharia amplamente aceitável.
Mas, compare-a com o evangelho baseado na Bíblia, definido acima! É óbvio que não estamos falando do mesmo evangelho. O abismo entre os dois não é meramente o resultado de abordagens divergentes para a exegese bíblica. A versão de Uma Igreja com Propósitos não pode sequer ser descrita como uma apresentação modernizada de uma mensagem tradicional. Não há como escapar da conclusão que os dois evangelhos são distintamente diferentes. Além disso, como a versão bíblica é a verdadeira, então a versão de Warren precisa ser considerada falsa.
Tendo dito isto, a versão de Warren desfruta, e continuará a desfrutar, de amplo apelo popular. As "boas novas" dele são mais agradáveis e mais confortadoras para os ouvidos e expectativas do pecador perdido. Elas também estão em uma sintonia muito maior com os tempos em que vivemos, em que a tolerância é mais valorizada que a verdade e a realização pessoal é mais valorizada que a exatidão doutrinária.

Anatomia do Warrenismo

Agora que sabemos em um sentido geral como o warrenismo difere do verdadeiro Cristianismo, podemos examinar mais de perto suas partes componentes e ver como elas simulam a mensagem do Evangelho. Quando comecei a compilar os materiais para este ensaio, esperava encontrar cinco ou seis diferenças fundamentais. Entretanto, por mais desconcertante que possa ser, o número final foi consideravelmente maior.
A tabela abaixo lista todos os modos como a teologia Orientada por Propósitos difere da verdadeira teologia cristã. As diferenças não são cosméticas ou superficiais, mas, em muitos casos, são profundas, e em todos os casos são substanciais. Embora possa existir certo grau de sobreposição entre alguns dos fatores, tomados coletivamente eles constituem duas teologias incompatíveis e completamente diferentes. É bem claro que nenhum cristão poderia subscrever a ambas as teologias ao mesmo tempo. Se você aceita a teologia bíblica, conforme definida nos escritos de dezenas de respeitáveis eruditos bíblicos ao longo dos últimos 300 anos ou mais, então a teologia warrenista pode parecer uma triste e excêntrica paródia daquilo que Deus realmente disse para nosso benefício.
Elementos Básicos da Teologia Cristã
Elementos Básicos da Teologia de Warren
1
Arrependimento
Entristecimento na Alma
2
Sentimento
3
Pecado
Erros
4
Graça
Resultados
5
Igreja
Equipe
6
Orientada para o crente
Orientada para o descrente
7
Evangelismo
Marketing
8
Julgamento
Reforma
9
Renascimento
Comprometimento
10
Humildade
Auto-Estima
11
Necessidade Adâmica
Necessidade Sentida
12
Santificação
Auto-Aprimoramento
13
Profecia
Auto-Ajuda
14
Negar a si mesmo
Autorrealização
15
Doutrina
Diálogo
16
Redenção
Aceitação
17
Separação
Envolvimento
18
Oração
Técnicas
19
Escrituras
Manuais
20
Adoração
Auto-Expressão
1. Warren Substituiu Arrependimento por Entristecimento
Warren não enfatiza a verdade central sobre o homem, isto é, que ele está sob a condenação de Deus. A verdade é reconhecida, é claro, mas é silenciosamente colocada no segundo plano. Como resultado, os membros de uma Igreja com Propósitos tendem a perceber seu estado caído em termos de uma condição metafísica, um desalinhamento geral com Deus que afeta toda a humanidade. Eles não são ensinados que estão pessoalmente sob condenação do Todo-Poderoso, que eles pessoalmente pecaram e se rebelaram contra Deus e que precisam pessoalmente se arrepender. Esta prestação de contas direta a Deus é substituída por um vago senso que o homem se desviou e somente necessita voltar para os trilhos. Como resultado, o verdadeiro arrependimento é substituído por um entristecimento.
O pastor David Cloud fez a seguinte observação:
"A abordagem incrivelmente rasa de Warren permite que qualquer pessoa que admita que é um pecador em qualquer sentido faça uma oração e então pense que é um genuíno cristão, embora possa continuar a negar aquilo que a Bíblia diz sobre o pecado."
2. Warren Substituiu Fé por Sentimentos
O significado da fé e do poder da fé são vagos e pouco convincentes nos escritos de Warren. Ele fala repetidamente da fé em termos de uma sintonia emocional com Cristo. A fé é tratada como uma atitude ou uma disposição psicológica, em vez de uma crença incondicional no sangue salvífico de Cristo. Em Uma Igreja com Propósitos, fé é algo que cresce por meio do serviço, enquanto que a Bíblia diz que "a fé vem pelo ouvir, e ouvir pela Palavra de Deus". Essa verdade central não pode ser enfatizada pelo livro, pois isso requereria uma Bíblia com autoridade, não uma proliferação de traduções, versões e paráfrases.
3. Warren Substituiu Pecado por Erros
Warren minimiza grandemente a ofensa do pecado, o fato que este é profundamente repugnante aos olhos de Deus. Em vez disso, o pecado é tratado como algo semelhante ao mau comportamento de uma criança rebelde. Deus é retratado como um pai paciente que gradualmente instrui a criança na direção certa e a faz se comportar da forma correta. Mas, esta é uma falsa doutrina. O pecado não é um comportamento errado ou imperfeito, mas a própria essência da rebelião. Deus não tolera o pecado do mesmo modo como um pai tolera certo nível de conduta imprópria de uma criança. A realidade é que Deus odeia o pecado. Além disso, o pecado nos separa de Deus. O pecado não pode ser retratado do mesmo modo como um erro, pois isso trivializa a magnitude daquilo que Cristo obteve por nós na cruz.
4. Warren Substituiu a Graça por Resultados
Um tema recorrente em toda a filosofia Propósitos é que a graça se torna evidente por meio dos resultados que alcançamos enquanto servimos a Deus. Isto fica implícito de vários modos e em graus variados, mas a conclusão é sempre a mesma: se você recebeu a graça de Deus, então ela se manifestará de uma forma que mundo possa ver. Mas, esta doutrina não se encontra em parte alguma da Bíblia. A graça e as bênçãos de Deus podem nunca se manifestar de uma forma que os outros possam ver. Por exemplo, considere o profeta Jeremias. Ele recebeu a viva Palavra de Deus durante muitos e muitos anos e a pregou destemidamente, porém sem resultados. Ninguém lhe deu ouvidos. Noé pregou por mais de 120 anos e não conseguiu a conversão de nem um pecador. A Igreja com Propósitos teria rejeitado ambos esses homens extraordinários como grandes fracassos.
5. Warren Substituiu a Igreja por uma Equipe Dirigida por uma Visão
A Igreja com Propósitos coloca grande ênfase na visão. Como um objetivo de longo prazo, isto implica a interação e interdependência entre os objetivos individuais e corporativos, onde os membros trabalham juntos ao longo de um período de anos para alcançar algo que eles acreditam que Deus deseja. O problema com isto é que redefine a igreja, não como um organismo vivo dirigido pelo nosso Sumo Sacerdote, mas como uma equipe cujo propósito é determinado pela vontade coletiva de seus membros.
Esta abordagem deixa de ver que a igreja é diferente de qualquer organização terreal e que as regras que se aplicam às organizações terreais não se aplicam (e nem podem ser aplicadas) a ela. No momento em que aplicamos os princípios da ciência da Administração a uma igreja, temos não mais uma igreja, mas uma equipe dirigida por uma visão.
6. Warren Substituiu a Igreja Baseada em Crentes por uma Igreja Baseada em Descrentes
Ninguém pode redefinir o Evangelho, pois ele nos foi dado por Deus. Nossa tarefa como cristãos é a de pregar o Evangelho no pleno sentido bíblico, sem contemporizar e sem fazer edições cuidadosas na mensagem. A mensagem é na verdade dolorosa, pelo menos no início, aos ouvidos dos homens caídos. Ninguém vem ao arrependimento sem reconhecer primeiro que é completamente indigno aos olhos de Deus. Se o Evangelho for diluído em água de alguma forma para se adaptar às necessidades da audiência, então ele simplesmente não é mais o Evangelho. Ele pode ser uma mensagem edificante e admirável em muitos sentidos, mas não é o Evangelho e não levará ao arrependimento. Portanto, uma igreja construída com base nas necessidades observadas dos descrentes é espiritualmente vazia; é vazia do verdadeiro alimento espiritual. Ela pode parecer boa, pelo menos por um tempo, mas não levará ninguém ao novo nascimento em Cristo.
7. Warren Substituiu o Evangelismo pelo Marketing
O Evangelho não é um produto e não pode ser anunciado usando-se técnicas do marketing empresarial. Na verdade, no sentido mais fundamental, o Evangelho está em conflito com os valores do mundo, enquanto que as técnicas do marketing, por sua própria natureza, têm o propósito de refletir e incorporar esses valores. Um evangelista não é um vendedor; ele não tem nada a vender. A tarefa principal dele é trazer os ouvintes ao arrependimento, ajudá-los a reconhecer que são profundamente caídos e que estão sob condenação, mas que o Senhor, em Sua misericórdia, providenciou um meio muito específico de salvação — por meio do sangue de Seu Filho. Estas notícias são as "boas novas", mas somente porque o ouvinte compreende e aceita as "más novas" sobre sua própria condição espiritual. O marketing sempre e somente enfatiza uma mensagem otimista. A Igreja com Propósitos não está disposta e também é incapaz de transmitir as más novas.
8. Warren Substituiu o Julgamento pela Reforma
A Igreja com Propósitos minimiza grandemente o julgamento de Deus. Como resultado, ela também minimiza o julgamento justo que todo cristão deveria exercer na condenação ao pecado. Isto é sutilmente interpretado como intolerância e "fundamentalismo" pela Igreja com Propósitos. Se alguém verdadeiramente ama outra pessoa, nunca mostra a ela nada menos que total respeito. Mas, isto confunde o pecado com o pecador. A Bíblia nos ensina a amar o pecador, mas não o pecado. Devemos odiar o pecado como Deus odeia o pecado. A Igreja com Propósitos procura modificar o mundo sem julgá-lo, promover reforma sem enfaticamente rejeitar o pecado que torna o arrependimento necessário.
9. Warren Substituiu o Novo Nascimento pelo Compromisso
Muitos descrentes têm grande dificuldade com a doutrina cristã do novo nascimento. Até mesmo muitos cristãos professos estão confusos com a doutrina. O erro de concepção mais comum é que a mudança espiritual fundamental que ocorre quando o indivíduo "nasce de novo" é alcançada gradualmente, por meio de um processo que se estende por um período de tempo e que é facilitado pelas boas obras e serviço que o indivíduo preste a Deus.
Por mais nobre que isto possa parecer, é na verdade falso. No dia em que o indivíduo realmente se arrepende e vem a Cristo, ele nasce de novo. O renascimento não é um processo, mas sim um evento. A Igreja com Propósitos é muito vaga sobre o novo nascimento e, frequentemente, parece equipará-lo a um processo. Warren parece determinado a se afastar da doutrina do novo nascimento, pois ela tem cheiro de "fundamentalismo" e é o tipo de teologia preto-e-branco que ele acredita ser inadequado para um cristão moderno e de mente aberta. Embora isto não seja declarado claramente, a Igreja com Propósitos parece assumir que qualquer um que se torne membro é nascido de novo.
É claro que a dura realidade é que ser membro de uma igreja por si só não salva ninguém. Entretanto, ao implicar que sim, mesmo que indiretamente, Warren está fazendo um terrível desserviço aos membros da igreja. (O pastor David Cloud chama isto de "um crime e uma desgraça ao Cristianismo" —The Calvinism Debate, pág. 48).
Além disso, ao requerer que os interessados assinem um compromisso como condição para se tornarem membros, a Igreja com Propósito está descaradamente violando a proibição bíblica sobre juramentos. Esta é um técnica bem-conhecida entre as organizações de Nova Era, que a usam para estabelecer um domínio sobre seus membros e criar uma sutil sensação de exclusividade.
10. Warren Substituiu Humildade por Auto-Estima
Em nós mesmos, ou acerca de nós mesmos, não temos razão para nos sentirmos merecedores da graça de Deus. O merecimento vem somente por meio do sangue purificador de Cristo. Entretanto, a pessoa incrédula e perdida não sabe disso. Ele acha que certamente tem algum valor intrínseco aos olhos de Deus, e estima esse merecimento em termos de suas realizações na vida. A Psicologia frequentemente equipara a boa saúde mental e emocional com a elevada auto-estima e a um forte senso de autovalorização. E isto é, em grande parte, o que a Igreja com Propósito faz. Como a Escola de Cristianismo de Robert Schuller (NT: Televangelista e fundador da Catedral de Cristal, na Califórnia; pregava o Evangelho da Auto-Estima), ela ensina que o cristão somente pode alcançar seu pleno potencial se desenvolver uma porção saudável de auto-estima. A força obtida o capacitará a servir a Cristo no mundo. Mas, nada disto é bíblico. Cristo declarou diversas vezes que os últimos serão os primeiros e que os primeiros serão os últimos. A força para servir não depende da auto-estima, mas da confiança em Deus e da alegria de obedecer à Sua santa vontade. Muitos dos servos escolhidos de Deus se sentiram profundamente indignos de seu chamado — Moisés, Jeremias, Gideão, Pedro, etc. Nenhum deles teria sido aprovado na Igreja com Propósitos.
11. Warren Substituiu a Necessidade Adâmica por Necessidade Sentidas
A Igreja com Propósito é um ministério muito baseado nas necessidades, mas as necessidades que ela enfoca são aquelas que seus próprios membros identificam. Essas necessidades são conhecidas como necessidades sentidas, ou observadas. O problema com esta abordagem é que temos necessidades mais profundas — as necessidades espirituais — que são não fáceis de discernir.
Algumas necessidades estão além dos limites de nossa compreensão. Elas surgem principalmente pelo fato de sermos descendentes de Adão em seu estado de homem caído. Somente o Espírito Santo pode trazê-las para nossa atenção. A condição de homem caído é tão severa que o próprio homem pode não reconhecer esse seu estado e, se não fosse pela graça de Deus, algumas vezes chamada de graça preveniente, o homem nunca chegaria a esse reconhecimento.
A Igreja com Propósitos ignora a seriedade das nossas necessidades adâmicas, as fatais deficiências em nosso ser que, por nossos próprios recursos, nunca poderemos solucionar.
12. Warren Substituiu a Santificação pelo Auto-Aperfeiçoamento
O conceito de santificação é desconhecido para o mundo em que vivemos hoje. Santificação significa separação para os própósitos de Deus, e para Deus somente. Isto não é algo que possamos alcançar por nossos próprios esforços, pois somente Deus pode definir Seus propósitos. Assim, o cristão pede ao Senhor em oração para santificar um aspecto de sua vida. Por outro lado, o auto-aperfeiçoamento é algo que podemos alcançar por nossos próprios esforços.
A Igreja com Propósitos coloca muita atenção no auto-aperfeiçoamento, pois isto habilita seus membros a construírem as habilidades que eles necessitam para servir a Deus, para se tornarem pessoas melhores e alcançarem maior sucesso na vida. O aspecto negativo é que isto induz os membros a dependerem menos do poder de Deus em suas vidas e a confiarem mais em seus próprios recursos. ("Confia no SENHOR de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento." — Provérbios 3:5).
Depender de si mesmo e ser autossuficiente parecem ser uma parte integral da filosofia de Warren. Embora sejam altamente considerados na Psicologia moderna, não são bíblicos, pois deixam de reconhecer nossa completa e total dependência de Deus para todas as coisas. ("Clamarei ao Deus altíssimo, ao Deus que por mim tudo executa." — Salmos 57:2).
13. Warren Substituiu a Profecia pela Auto-Ajuda
Esta pode parecer uma substituição estranha, mas se encaixa no padrão da Igreja com Propósitos. Cerca de 25% de toda a Bíblia é dedicado à profecia. Isto somente mostra a importância que Deus dá à profecia. Por meio da profecia o Senhor nos mostra o poder de Sua santa vontade, as consequências para o homem se ele se afastar do conselho de Deus e a execução inevitável dos julgamentos divinos.
Assim, a profecia está vinculada diretamente com várias questões que a Igreja com Propósitos não se sente à vontade para tratar — pecado, obediência, julgamento e condenação. As consequências para o homem de resistir à santa vontade de Deus são simplesmente devastadoras. Mas, este não é um tema que a otimista Igreja com Propósitos queira seguir. Em vez disso, ela prefere enfocar a Bíblia como um manual de auto-ajuda que, se usada corretamente, melhorará nossas vidas em muitos aspectos.
14. Warren Substituiu a Negação a si Mesmo pela Autorrealização
O Evangelho salienta a depravação do homem, sua tendência inata para cometer o pecado e a preferir antes o mal do que o bem. O homem somente pode superar essa tendência poderosa se nascer de novo em Cristo. Não há outra forma. Isto significa que quando o Espírito Santo faz residência dentro do homem nascido de novo, esse homem passa a ter o poder de resistir ao mal e de fazer o bem. A antiga natureza pecaminosa precisa ser negada e seus apetites deixados sem serem satisfeitos.
Ao viver nessa nova natureza e negar a antiga, o cristão nascido de novo encontra alegria em sua vida. A Igreja com Propósitos comete o erro de identificar a autorrealização com a alegria. A alegria cristã não é orientada por propósitos. Ela vem unicamente de viver em obediência à vontade de Deus. A autorrealização, por outro lado, está vinculada com o alcance dos objetivos que estabelecemos para nós mesmos. A triste realidade é que uma existência autorrealizada pode ser obtida enquanto ainda se vive na velha natureza.
15. Warren Substituiu Doutrina por Diálogo
A comunicação e o diálogo são importantes blocos de construção na Igreja com Propósito. Eles permitem que as pessoas explorem suas necessidades sentidas, busquem informações de retroalimentação e suporte e usem a sabedoria das Escrituras para encontrar soluções práticas para seus problemas cotidianos. Isto em si mesmo não deveria ser uma fonte de dificuldade, mas perde-se seriamente quando trata as Escrituras principalmente como uma ferramenta para solução de problemas.
O poder e relevância das Escrituras na Igreja com Propósitos são frequentemente determinados pela forma como elas tratam nossas necessidades imediatas. Quando esta atitude prevalece, o conteúdo doutrinário das Escrituras é empurrado para o segundo plano. A Bíblia se torna uma manual de auto-ajuda, um livro-guia sobre como viver a vida bem-sucedida e pouca ou nenhuma atenção é data às incontáveis verdades que o Senhor quer nos ensinar por meio de Sua santa Palavra; verdades que podem ter pouca ou nenhuma relevância para nossas necessidades sentidas.
A ausência de uma forte e claramente definida doutrina da salvação na Igreja com Propósitos é uma deficiência extremamente séria.
16. Warren Substituiu Redenção por Aceitação
Em todos os seus escritos, Warren implica que Deus prontamente nos aceitará no momento em que O aceitarmos. É como se Deus estivesse forçado a nos salvar no momento em que proclamamos Jesus como nosso Senhor e Salvador. Mas, isto é enganoso, pois negligencia o fato que Deus nos aceita SOMENTE porque Cristo nos redimiu com Seu sangue e pagou a dívida do pecado por nós. De nós mesmos não há uma única coisa que possamos fazer para agradar a Deus e absolutamente base alguma em que Deus possa nos "aceitar", a não ser que reconheçamos nossa completa miséria e nossa total dependência do sangue de Seu Filho. Somente então o arrependimento é possível. Somente então a adoção é possível por meio da fé. Somente então, por meio do sangue de Cristo, somos redimidos e nascemos de novo.
Este princípio essencial da salvação fica completamente perdido debaixo das muitas "visões" que dirigem a Igreja com Propósitos.
17. Warren Substituiu Separação por Envolvimento
Separação é um importante ensino bíblico. O cristão vive no mundo, mas não é do mundo. Os valores do cristão não são os valores do mundo e podem parecer irracionais ou hipócritas para uma pessoa mundana. "... não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus." [Tiago 4:4].
O membro da Igreja com Propósitos é instruído a formar uma ponte com o mundo para alcançar os descrentes. De modo a fazer isto, ele precisa manter um foco contínuo nas necessidades observadas dos descrentes — que por definição, são moldadas pelo mundo e pelos valores do mundo. Portanto, em vez de se separar o tanto quanto possível deste domínio terreal e pecaminoso, o membro da Igreja com Propósitos é incentivado a manter familiaridade com o mundo e com seus valores.
A verdade é que nenhum cristão está qualificado para avaliar as necessidades sentidas de outra pessoa. Somente o Espírito Santo conhece essas necessidades e somente Ele pode convencer o descrente de sua pecaminosidade. A tarefa do cristão é simplesmente pregar o Evangelho, a completa Palavra de Deus, sem hesitação e sem contemporização. Isto somente poderá ser feito se o cristão estiver separado do mundo e de seus valores.
18. Warren Substituiu a Oração por Técnicas
Satanás odeia a oração porque, por meio dela, os homens podem invocar a Deus. Deus é o único que tem poder para derrotar Satanás. Assim, Satanás tenta de todas as formas possíveis induzir os homens a fazerem qualquer coisa que não seja orar. Uma das estratégias favoritas dele é fazer os homens usarem técnicas que são similares à oração, mas que não alcançam nada de bom. Entre elas estão a meditação, a contemplação, a introspecção silenciosa, a oração repetitiva, yôga, cantos e recitações de mantras, o Labirinto, Lectio Divina ("Oração Centrante"), etc. Warren aprova o uso da "Oração Aspirada" — "a silenciosa repetição de uma frase positiva ao longo de todo o dia — e a técnica do Irmão Lourenço conhecida como "prática da presença de Deus". Ambas essas técnicas tiveram origem no Catolicismo Romano e não têm base bíblica.
19. Warren Substituiu as Escrituras por Manuais
A Igreja com Propósitos desenvolveu um extenso programa de treinamento para pastores e membros. Isto tem o objetivo de inculcar a filosofia e a metodologia que eles acreditam serem necessárias para fazer o "marketing" do Cristianismo. Na prática, esses textos evangélicos e missionários podem ter tanta influência sobre a compreensão que os indivíduos têm do Cristianismo quanto a própria Bíblia.
No Apêndice 2 de Uma Vida com Propósitos, intitulado "Recursos", Warren lista os livros e outros materiais que ele recomenda para construir aquilo que chama de disciplinas espirituais. Mais de doze recursos são citados — e todos produzidos por Rick Warren!
Mesmo quando as Escrituras são usadas, elas são fortemente enviesadas em direção à mentalidade Propósitos. Isto é especialmente evidente no principal livro-texto, A Vida com Propósitos. Como o pastor Bob DeWaay observou: "O mau uso das Escrituras é tão disseminado em Uma Vida com Propósitos que um livro inteiro poderia ser escrito apenas para corrigir todas as ocorrências." (Redefining Christianity, pág. 110). Mais tarde ele diz: "A partir da fundação deficiente de Escrituras citadas fora do contexto, mal-interpretadas e mal-aplicadas, acoplada com uma filosofia relativista... Warren constrói sua própria estrutura repleta com fortes afirmações." (pág. 132).
A Bíblia deixa bem claro que a Palavra, e ela somente, deve guiar nossas ações. Veja, por exemplo, o Salmo 119. Quaisquer outros textos, mesmo os Comentários Bíblicos que adquiram uma boa reputação ao longo do tempo, são apenas para propósitos de elucidação. Eles não podem dirigir nossas ações de forma alguma.
Um tema central nas Epístolas Paulinas é a correção das falsas doutrinas. Repetidamente o grande apóstolo enfoca os incontáveis modos como Satanás corrompe o verdadeiro Evangelho com falsas doutrinas e com a sabedoria dos homens. A batalha contra a falsa doutrina é um dos verdadeiros grandes desafios que a igreja sempre teve de enfrentar, porém a Igreja com Propósitos nem mesmo reconhece isto como um problema. Pode-se pesquisar em vão nas páginas de Uma Vida com Propósitos e Uma Igreja com Propósitos à procura do mínimo reconhecimento desse perigo perpétuo e do grande dano que ele pode fazer ao Cristianismo bíblico.
A triste realidade é que a Igreja com Propósito é uma igreja dirigida por um propósito, não uma igreja dirigida pela Bíblia.
20. Warren Substituiu Adoração por Auto-Expressão
A Igreja com Propósitos é fortemente orientada para uma forma de adoração com a qual os incrédulos possam prontamente se identificar. Isto significa usar a música e outras formas de auto-expressão que predominam na sociedade.
Durante a adoração, a ênfase é colocada nas necessidades dos incrédulos — que não são ainda capazes de oferecerem uma verdadeira adoração a Deus. Em vez de enfocar unicamente no Senhor, em humildade e reverência, a igreja é distraída pelas necessidades observadas dos incrédulos.
A música que celebra o mundo não pode agradar a Deus. Isto deveria ser óbvio, porém, por alguma razão, muitos que se dizem cristãos não enxergam isto hoje. Como o pastor David Cloud observou: "Embora em parte alguma a Bíblia diga ou sugira que Deus aprecia todos os tipos de música, somos levados a acreditar que Ele aprecia, pois Rick Warren assim nos diz." (3 de abril de 2007).

A Igreja Orientada por Propósitos

O leitor que chegou até este ponto certamente suspeita que há alguma coisa muito errada com a Igreja com Propósitos. O fundador da metodologia não começou com a Bíblia e com a mensagem que o Senhor tem para nossa salvação, mas com uma visão pessoal do que o Cristianismo deveria ser. Ele então desenvolveu sua visão com muito cuidado, usando inúmeras traduções da Escrituras, procurando versos que apoiassem suas opiniões. Se este foi um esforço sincero da parte dele, ou não, é algo que não posso dizer, mas foi certamente mal-orientado. O resultado é um "evangelho" que não pode salvar.
Em seu estudo altamente crítico de Uma Igreja com Propósito, Warren Smith fez a seguinte observação:
"Rick Warren ensina somente aquilo que deseja ensinar da Bíblia. Como resultado, existem muitos ensinos importantes que ele evita, minimiza, ou deixa de fora — particularmente em relação à profecia e à enganação espiritual." (A Wonderful Deception, 2009).
O pastor Bob DeWaay, que também realizou um estudo minucioso de Uma Igreja com Propósitos em seu excelente livro Redefining Christianity, chegou à seguinte conclusão:
"Warren redefiniu tanto os principais pontos (o Evangelho, a Bíblia, a igreja, comunhão, adoração, discipulado, evangelismo e missões) que efetivamente redefiniu o Cristianismo."

Aspectos do Warrenismo Que se Assemelham a uma Seita

Se dermos alguns passos para trás por um momento, podemos ver que a Igreja com Propósitos tem muitas das características que normalmente estão associadas com uma seita:
  1. Um líder ou guru carismático e com autoridade.
  2. Uma literatura própria, que se propõe a conter toda a verdade.
  3. Um regime formal de membros, com exclusão para aqueles que não obedecem.
  4. Uma interpretação seletiva da Bíblia, repleta de idiossincrasias.
  5. Um modo normatizado de lidar com os problemas da vida.
  6. Uma forte ênfase na participação como membro da igreja e no crescimento numérico.
  7. Uma atitude de muro de pedra com relação às críticas.
  8. Uma forte ênfase em atividades em grupo e em conformidade ao grupo.
  9. Uma expectativa de total comprometimento.
  10. Uma crença firme de poder mudar o mundo.
  11. Uma terminologia própria, compreendida somente por aqueles que participam da igreja.
  12. Uma lista crescente de ex-membros agravados.

Conclusão

Vivemos em uma época dominada pela enganação. Se você participa como membro de uma Igreja com Propósitos, peço que analise cuidadosamente os pontos apresentados neste ensaio. Se você não conseguir refutá-los satisfatoriamente, então a continuação de sua participação na versão de Cristianismo redefinida por Rick Warren não é mais defensável. Procure encontrar uma igreja bíblica sólida, onde o verdadeiro Evangelho seja pregado destemidamente, sem contemporização.
Como o pastor Bob DeWaay observa corretamente, nosso tempo está se esgotando. O maior problema de todos, o "GIGANTE", como ele diz, "é a ira de Deus dirigida contra os pecados da humanidade, que tem se acumulado, rendido juros, e que está prestes a transbordar em um julgamento cataclísmico em escala mundial."
Somente oração, arrependimento e pregação do verdadeiro Evangelho é que poderão fazer alguma diferença.
Nota. A Bíblia A Mensagem, embora usada de maneira errática, é uma ajuda devocional não doutrinária como explica seu autor.


quinta-feira, 22 de outubro de 2015

MÉTODOS


1. Daqui a cem anos, se meu português ainda for compreendido pelos brasileiros vivos, a Palavra estará realizando o mesmo efeito. Mas os métodos atuais estarão todos sepultados.
2. A Palavra permanece. Os métodos se desgastam.
3. A Palavra e o Método, em Cristo, devem ser uma coisa só: “Assim como Pai me enviou, assim também eu vos envio”. Encarnação da Palavra é o Meio.
4. Quando o método vira um fim-em-si-mesmo, é porque a Palavra já virou meio de vida, não a encarnação da vida, no meio das coisas.
5. Jesus andava e levava em Si a Palavra e o meio: Ele mesmo.
6. Os apóstolos não se preocupavam com métodos como métodos, mas apenas como meios circunstanciais e momentâneos. Paulo diz: “Fiz-me de tudo para com todos, a fim de salvar alguns”. E, para ele, o meio era a encarnação: aos judeus, como judeus; aos gregos, como grego...tudo, para com todos...mudava conforme a esquina, não conforme a década, ou a moda. Não é mole...é duro mesmo. Mas só é duro para quem não tem o molejo da Graça e da Vida. Para quem tem, é simples como respirar.
7. A fixação nos modelos e métodos apenas denuncia duas coisas: a falta de conteúdo (Palavra) e a cobiça de poder (Crescimento).
8. Nem tudo o que tá certo, dá certo. E nem tudo o que dá certo, tá certo. Se o critério fosse esse, teríamos que dizer: Viva o Islã!
9. A Igreja está no mundo para crescer também em número, mas não à qualquer preço, muitos menos como sacrifício da Palavra—que é o que sempre acontece! Tudo isto te darei se prostrado me adorares, não procede da boca de Deus. Também não vale transformar pedras em pães e nem pular do Pináculo do Templo.
10. Quem tem a Palavra, lida com os meios como simples meios, mas não oferece pacotes e, muito menos, procura um pacote. A criação de pacotes, sacraliza os meios e corrompe a Palavra, que fica subordinada aos meios.
Assim, respondo:
1. O meio só tem hoje tanta importância para quem a Palavra virou um meio de vida.
2. A ênfase no crescimento é uma mentira que esconde a sede de Poder e de Aparecer. Se a questão é espalhar o Evangelho, por que, então não se vai por todo o mundo e se o prega a toda criatura? No Brasil—como na maior parte do mundo—, o crescimento da “igreja” é apenas um concurso de quem tem “um maior”. Coisa de menino. Quem quer ver a gloria de Jesus faz como Paulo em Romanos 16: “Não fui ainda aí, ó romanos, porque já tem muita gente aí...tenho me esforçado para não perder tempo...vou passar por aí indo para a Espanha”.
3. O que estamos assistindo não é novo, no meio evangélico se tornou apenas mais feio. Mas é tão velho quanto Roma e Constantino. É o mesmo espírito imperial de poder que continua a corromper a “igreja”, que mesmo sendo evangélica, continua católica de nascimento e alma: Constantino é constantemente o contínuo continuador da continuação do contínuo constantinianismo: o poder do poder, prevalecendo sobre o poder da Palavra.
4. Sem medo de errar: quem quiser ser do Evangelho, pregue a Palavra da Graça e deixe o Espírito dar a ela o tamanho que ela tem, e que não se pode medir com estatísticas, mas pela manifestação de graça e vida.
5. O exemplo brasileiro mais puro—não perfeito—do que digo, é a Congregação Cristã do Brasil. Ninguém sabe dela. Mas é maior que a maioria. Há métodos? Há marketings? Não! Há Palavra. Há honra ao Espírito. Há a certeza de que o corpo efetua o seu próprio crescimento, conforme Paulo.
6. O que assistimos hoje é uma “igreja” no CTI e que está feliz com a modernidade das máquinas e tubos que a mantêm artificialmente viva. Os atuais vendedores de método, são fabricantes de material hospitalar e que conseguem fazer o paciente se sentir bem por estar todo ligado nos aparelhos, sentindo que à todo tempo sai uma máquina velha e entra outra mais nova, mas o paciente nunca recebe alta.

BEZERRO DE OURO – PARTE II

Sem saber como aguardar as instruções de Deus para o prosseguimento de sua vida o povo agora tem de eleger uma referência, algo que lhe sirva para animar a vida ali, dar sentido àquele ajuntamento. Então o povo vai a Arão, o sacerdote, e simplesmente diz: “Faça-nos deuses que vão adiante de nós” (Ex. 32.1).

Repare que para pedirem uma referencia nova, precisam dizer que Moisés morreu, já que demora. Assim também é verdade que muitos começam a dizer que a igreja está morta, está fria – situação que muitas vezes foi verdadeira na igreja - mas quem providenciou um avivamento foi Deus, e não o homem. E com esse argumento de “morta e fria” precisam aquecer sempre de um jeito. Jeito normalmente artificial, megalomaníaco e fundamentado em artifícios.

Arão, em seu primeiro vacilo diante desse quadro, sentindo-se pressionado diz: “Tirem as argolas de ouro [...] e tragam a mim” (Ex. 32.2). Isto é fantástico! Salomão iria dizer que não há nada de novo debaixo do sol, o que foi é o que é e o que volta a ser. O ouro está sempre envolvido nesse chamado despertamento, novo sentido!

Cegadas pela impaciência as pessoas entregam o ouro, literalmente. E muitas fazem com uma devoção surpreendente, uma convicção que parece ser legitima. É quase sempre certo que a entrega do “ouro” é representada mesmo em valores, dinheiro etc. Pense que muitos novos programas de televisão ou uma nova igreja, principalmente uma igreja com visão “de ampliação”, “de conquista”, “de abençoar todo povo” começam com o seguinte discurso: Este é um programa ou uma igreja para abençoar a tua vida, a tua casa, a tua família. Vai abrir portas... diversas portas” . Logo depois, o discurso muda: “Ajude a manter esse programa! Seja uma coluna! Deus irá te abençoar se você o fizer”.

Enfim, tudo termina na entrega do “ouro”. “Textos, fora de contexto, usados como pretexto!" Essa frase que sempre ouvi explica bem a maneira de como isso se opera. Textos bíblicos isolados muito mais do que fora do contexto, estão fora do Espírito da Bíblia, são palavras de ordem ditas com muito autoritarismo humano, e nenhuma autoridade espiritual. Alias, a palavra “espiritual” é muito usada também.

E assim, não entendendo a importância de um crescimento natural e contínuo, desejando até mesmo ações de Deus contudo desprezando o que de Deus já se tem e com um Arão sincero porém claudicante, o bezerro vai sendo erguido. Mas, o mais triste é que, além do ouro, as pessoas entregam suas próprias almas tornando-se sem identidade. E, em alguns casos o que vemos é uma unidade de manada em desenfreada carreira repetindo chavões requentados com pompa de coisa nova e dominada por um culto que não é a Deus. Massa de manobra. O culto racional aconselhado pelo apóstolo Paulo passa ao largo. E esse é o valor maior que se perde. Porque não há nada mais triste do que ver alguém seguindo e repetindo mecanicamente seus Bezerros sem ter senso crítico, pois não julgam tudo como é recomendado pelos profetas, pelos apóstolos e principalmente por Jesus, à luz da Bíblia.

Ouro e alma confiscados.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

PUNIÇÃO OU PERDÃO? - William Mikler



Os defensores do liberalismo teológico insistem em tentar justificar o pecado e, ao fazê-lo, se afastam dos Princípios das Sagradas Escrituras.

Um dos erros mais crassos pode ser observado na tentativa de certas denominações protestantes liberais e de "evangélicos progressistas" de justificar as uniões homossexuais, que são em qualquer caso pecaminosas.

O evangelho liberal é um falso evangelho. Deus nunca justifica o pecado. Ele o castiga ou o perdoa, sempre de acordo com o verdadeiro evangelho.

O verdadeiro evangelho declara que Deus, embora nunca justifique o pecado, sempre justifica os pecadores que se arrependem de seus pecados e colocam sua confiança obediente na graça misericordiosa do Senhor Jesus Cristo.

O verdadeiro seguidor de Jesus Cristo, que ama verdadeiramente o pecador, jamais irá lhe oferecer o falso conforto de um falso evangelho. Se o fizer, não estará agindo em misericórdia, ao contrário. Ao abandonar o pecador em seus pecados, contribui para deixá-lo em risco de juízo eterno. E T E R N O.

Aqueles que amam verdadeiramente os pecadores, e por eles tem misericórdia, apresentam a estes a graça genuína que leva ao arrependimento, o perdão e a uma vida de santidade, de acordo com o verdadeiro Evangelho.

"Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3.16 NVI).

O evangelho genuíno testemunha acerca do preço do pecado e do perdão.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

BEZERRO DE OURO - PARTE l - REEDIÇÃO - Paulo Cilas

Pode parecer estranho que o povo hebreu logo após ser tirado da escravidão do Egito quase que imediatamente erigiu um bezerro de ouro para adoração. Entretanto, a realidade daquele povo não está distante de nossa própria realidade. Os sentimentos, os interesses e os maus costumes dele são comuns em nossos dias também. Talvez não nos apercebamos disso porque não há um bezerro, literalmente, dando forma a nossa conduta também estranha.
Passemos então a considerar os passos que antecederam a criação do bezerro bem como também os fatos durante a existência do mesmo:

Agora o povo já se encontrava livre do Egito e tinha pela frente a caminhada até a terra prometida. Os hebreus passariam definitivamente a existir como nação. Tudo deveria estar bem mas...
O plano de Deus não era simplesmente político geográfico. O plano não era a formação de uma nação - povo e terra - e sim, a formação de uma nação com o caráter de Deus. Um povo diferente de todos os outros povos. E para isto começar a acontecer Ele, O Senhor , chama Moisés à parte para lhe passar instruções. Pois bem, o que vem a seguir é muito parecido com o que acontece o tempo todo na caminhada de preparação também do povo que herdará a terra e "a eternidade". O povo não sabe ficar quieto. O povo não sabe esperar. O povo não sabe acordar a cada dia e vivenciar sua existência com todas as suas complexidades.
No Egito, como escravos, não havia tempo nem oportunidades - se havia eram raras- para a revelação de caprichos e maldades, mesquinharias e invejas e tantas outras perniciosidades que povoam o interior de cada um. As chibatas e o trabalho escravo passavam somente a imagem de que todos eram vítimas inocentes.
Agora não. Dia a dia o povo teria de estar às voltas com temperamentos diferentes. Aprender a partilhar, perdoar, entender e compreender a si mesmo e os outros. E mais ainda e sobre tudo: Teria de aprender a confiar em Deus. E isto só, deveria bastar.
Entretanto, a disposição dos hebreus não foi essa. Diante da demora de Moisés eles sentiram a necessidade de algo que os motivasse. Bem parecido quando nós, hoje, em nossa caminhada, já não temos mais ânimo para o culto, para a vida relacional com os outros, para a formação de nosso caráter, para aprender aquilo que já ouvimos há muito e que não conseguimos inteiramente colocar em prática. Então, precisamos de novidades para nos estimular e sem perceber, vamos erigindo nosso Bezerro de Ouro moderno.
No Egito, os hebreus tinham sido influenciados pelas várias formas de culto a vários deuses e a imagem do bezerro era algo comum a eles; Era uma das referências que eles tinham e agora erigiam um "boi novo", ou seja, um deus novo. Hoje, como estamos no mundo, também vamos formando bezerros modernos que podem ter várias formas, ou simplesmente ideias. Exemplos: As tantas novas visões, as unções, as frases de efeito, as palavras de moda, os líderes carismáticos, as potências eclesiásticas, as mega igrejas, as inúmeras campanhas, tudo para motivar o povo que não sabe esperar, ouvir, aprender e viver a cada dia.
E se algo extra o Senhor quiser mandar, Ele, o Senhor, mandará. Como a  a Glória do Senhor que vinha sobre o tabernáculo. E é simples assim! O Senhor manda, não precisamos fabricar nada. Não precisamos impor nada. A nós, dia a dia, o Senhor nos ensina a caminhar aqui enquanto nos preparamos para chegarmos do outro lado.

Na próxima parte, abordarei como construímos o "bezerro". O que entregamos para ele.


terça-feira, 6 de outubro de 2015

A obscena ditadura pretendida pela ideologia de gênero nas escolas - Marisa Lobo

Estamos vivenciando nos últimos uma terrível reorientação social, que visa pela mudança e quebra de paradigmas culturais, modificar a forma como se vê, sente e compreende a sexualidade humana. Há várias maneiras de levar esse “novo jeito” de viver à população, uma delas é, a alienação pela mídia, principalmente através de novelas, matérias, programas de TVs e afins, enfim, esse assunto merece um artigo especial, mas nesse, vamos falar da escola e sua relação com a ideologia de gênero.
Como especialista em saúde mental, direitos humanos, socióloga em formação, como e educadora, afirmo que a pior maneira, a mais maquiavélica e cruel de se reorientar um ser humano afim de servir aos seus propósitos é através da escola básica. Digo pior, pois as próprias Ciências Sociais confirmam que alunos em formação, são ouvintes passivos, que assimilam todas as informações que lhes são impostas ou repassadas.
Alguns professores, não todos é bom frisar, estão doutrinando crianças com ideologias, com políticas partidárias que não representam a opinião de imensa maioria da população, e nem mesmo dessa criança, que por diversos mecanismos psíquicos como transferência, o vínculo acaba acatando sem ao menos questionar, pois ainda não há argumentos internos suficientes para tais questionamentos.
Esclarecendo o que seria um ouvinte passivo: “Ouvinte que não expressa nenhuma linguagem verbal ou não verbal, aprovando ou desaprovando o tema exposto; pela mídia, escola, sociedade, interlocutor, trabalho etc. Não questiona, não interage, sem entender a magnitude do tema, apenas assimila o conteúdo proposto, sem senso crítico, ou noção de julgamento. Por fata de compreensão do tema, por acreditar no interlocutor, por não ter conhecimento e não saber o que e como questionar, ou ainda pelo poder que o interlocutor exerce sobre ele e o ambiente, apenas aceita e replica sem entendimento”.
O estado acredita que pode controlar crianças e adolescentes, pela via do que eles chamam de construtivismo, “conhecimento relativista” assim vão induzindo ao erro e a crença de filosofias, de esquerda. A intenção fica claro, vão arregimentando soldados para seu exército de anarquistas e esquerdistas, que tratam a sua sexualidade, a fé, a família de forma pejorativa, em prol da realização dos mais sórdidos desejos.  E me pergunto desejos de quem? Com que intuito, já que a maioria da população nem sequer, tem conhecimento ou se interessa por estes assuntos, e quando vem à tona se manifestam contrários?
Crianças ainda em idade escolar assimilam muitas vezes de forma errôneas tais ensinamentos, o que lhes é ensinado, por não terem repertório suficiente para questionar e interagir com determinados assuntos e podem assumir comportamento, que ainda não estão preparados devido a imaturidade emocional, psíquica e biológica.
Seu sistema nervoso central, ainda em formação, não consegue muitas vezes compreender determinadas informações conflitantes com seu modo de vida, com suas tradições, gerando conflitos intermináveis, alguns podendo levar a comportamentos desajustados, desafiando autoridades, ao uso e abuso de drogas, como forma de alívio desses conflitos. Crianças podem se sentirem violentadas em sua moral, e desenvolverem desordem, transtornos emocionais, relacionais e sexuais futuros quando são expostas a conteúdos que não tem suporte psíquico para suportar.
Outro fato que devemos levar em conta, é que essa pessoa, em idade escolar (criança ou adolescente) está em processo de construção da sua identidade, e é totalmente desconhecida pelo professor. Essa criança que está recebendo “educação sexual” na escola pode estar entendendo como uma violência psíquica, podendo desenvolver transtornos psicológicos, mais variados.
Outro alerta, que faço como profissional a todos os pais e professores: se esta criança tiver problemas com sua sexualidade, tiver um histórico de abusos, por exemplo, de exposição sexual inadequada, poderá sim, estas co-morbidades serem acentuadas, desenvolvendo um processo compulsório, que fatalmente, se encontrará com um abuso de substâncias psicoativas ou mesmo de comportamentos desajustada, como forma de alivio de suas dores e angústias.
A falta de cuidado com estas questões individuais, a falta de respeito pela vida pregressa da criança, do entendimento, de como essa criança vive, e o respeito as suas tradições familiares, e religiosas, nos remete ao pensamento de que, estamos vivendo uma ditadura sexual, de gênero, da diversidade apenas para contentar uma minoria que clama e luta por direitos desrespeitando os direitos mais fundamentais de uma maioria, a sua fé e suas tradições, a sua moral, isso que chamamos de ditadura cultural, reorientação sexual, ditadura ideológica de gênero sexual.
“O estado não pode promover uma moralidade hostil, quem está atacando a moralidade das religiões é o governo, é o MEC que está atacando as religiões, não existe leis que permita os ensinamentos de orientação nas escolas. Isso é uma iniciativa do MEC, da burocracia do MEC, que está passando por cima do Parlamento e afrontando a moralidade, das religiões, e acusando as religiões de estarem violando a laicidade do estado. É o cúmulo do cinismo, do abuso e da audácia, desses funcionários públicos ditadores ideológicos políticos e de gênero, que estão usando a máquina do Estado para impor, promover as suas próprias concepções morais e ideológicas”, observa o doutor Miguel Nagibe, autor do projeto “Escola sem Partido”.
Com esses ensinamentos o desajuste familiar é inevitável. Esta reorientação social e cultural através da escola está claramente interferindo na educação moral, que os pais dão aos seus filhos, e pela lógica levará há um conflito e esse conflito a uma desconstrução da família. O que sempre foi visto, como fator protetivo, dessa criança e adolescentes, será entendido como, e é essa a intenção dos doutrinadores ideológicos: desconstruir, acabar com a família tradicional, natural, que é claramente o impedimento dessa agenda.
A escola que antes era vista como fator protetivo, hoje se torna, neste contexto, um fator de risco, as escolas de hoje não são um campo de conhecimento legítimo, de exercício do respeito, da neutralidade, dos debates, conhecimento cientifico. Hoje, virou mais um campo de guerra ideológica, ativista de gênero, de doutrinação da pluralidade sexual, banalização da moral e da sexualidade, da desconstrução da religião cristã.
Muitas ações do MEC, embora embasadas em textos filosóficos e recheados de “intelectualidades”, “saberes” e lutas contra a discriminação das minorias, na verdade trazem em seu bojo uma vergonhosa perseguição da fé e moral cristã. Escondem, para alguns desavisados e explicitam para a maioria da população um confronto às famílias que têm tradições religiosas e lutam pela preservação destas, de seu modo de vida, amplamente, diga-se de passagem, amparados pela Constituição Federal.
Atitudes de enfrentamento do MEC sugerem uma radicalidade. Ao mesmo tempo em que destoam da maioria sociedade, estão sempre afinadas, em consonância com os movimentos LGBTTs e feministas. O próprio governo não tem sabedoria em lidar com estes assuntos. Parece-me que o conflito entre classes, entre grupos, mantém o poderio desse governo de esquerda.
Estamos vivendo sim um conflito ético e moral, promovido por estas minorias políticas de doutrinação e sustentado pelo governo federal e seus adeptos. Assim, a grande maioria – que vive em um país democrático por direito – se vê acuada, violentada em seus direitos, por uma minoria de ativistas de gêneros, que segue em sua psicopatia megalômana, acreditando que deve e tem o direito de pautar como a toda a sociedade deva viver, se comportar, e usam essas artimanhas para desautorizar, desconstruir a autoridade dos pais, infringindo até mesmo a Constituição e o Código Civil que declara, e cobra dos pais essa responsabilidade:
“Os pais têm a responsabilidade de sustento material e moral de seus filhos, assim como compete a eles a sua criação e educação (art. 1.634, I), até porque é ônus dos pais arcar civilmente com o pagamento de indenização pelos atos danosos a terceiros que os filhos praticarem (art. 932, I)”.
A orientação aos pais e leitores é de que não aceitem serem rebaixados ao papel de “cuidador”, pois é nisso que o atual governo quer transformá-los.
Lembrei-me dos defensores do comunismo, que em nome da igualdade de direitos conquistam a maioria da população, pela banalização dos desejos, pela inclusão de tudo e de todos, e quando assumem o poder transformam a todos e a todas em massa de manobra, idiotas úteis, sem o mínimo de direto. Pior é a capacidade que esses manipuladores têm, de fazer a maioria acreditarem em seus discursos “pseudo-intelectuais” decorados em sua maioria, e com uma desonestidade intelectual diga-se de passem.
Muitos cristãos dormem, enquanto a palavra de Deus manda agir em favor daqueles que se encontram sem desolação.
Provérbios 31-8,9: “Abre a tua boca em favor dos que não podem se defender; sê o protetor dos direitos de todos os desamparados! Ergue a tua voz e julga com justiça, defende o pobre e o indigente”.
Neste contexto, nossas crianças que são o futuro da nossa nação, o futuro do Evangelho, estão sendo destruídas espiritualmente e o mundo em desolação, porque muitos têm medo de abrir sua boca, outros porque são omissões e muitos por falta de entendimento. A Igreja tem que acordar.
A questão é, como ensinar a criança, as diferenças dos sexos, dos papeis sociais e sexuais, as diferenças de pai e mãe, a importância desses papeis para seu futuro, se apenas o excluímos e não discutimos. Frustração faz parte da vida, em meio a alegrias e tristezas, gratificações e frustrações construímos um cidadão com princípios. Essa ideia é totalmente estapafúrdia e só vai gerar crianças mimadas, que não suportarão serem frustradas no futuro. Estamos criando seres relativista e aleijados em suas emoções. Faz parte dessa “ideologia de gênero”, dessa falácia, a imposição. Os pais nem sequer são mais consultados, e quando recebem o “bilhete” (decreto ditador) é apenas para informá-los, e estes por sua vez, não questionam, ou por não saber ou por omissão. A intenção, o objetivo principal desse artigo é exatamente alertar, ensinar e motivar você leitor de forma clara, a reivindicar seu direito e o direito das crianças, sejam seus filhos, ou da comunidade dentro dessa escola. Não se omita!

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

SOBRE DEUS - RUBEM ALVES


Alguém disse que gosta das coisas que escrevo, mas não gosta do que penso sobre Deus. Não se aflijam. Nossos pensamentos sobre Deus não fazem a menor diferença. Nós nos afligimos com o que os outros pensam sobre nós. Pois que lhes digo que Deus não dá a mínima. Ele é como uma fonte de água cristalina. Através dos séculos os homens tem sujado essa fonte com seus malcheirosos excrementos intelectuais. Disseram que ele tem uma câmara de torturas chamada inferno onde coloca aqueles que lhe desobedecem, por toda a eternidade, e ri de felicidade contemplando o sofrimento sem remédio dos infelizes.
Disseram que ele tem prazer em ver o sofrimento dos homens, tanto assim que os homens, com medo, fazem as mais absurdas promessas de sofrimento e autoflagelação para obter o seu favor. Disseram que ele se compraz em ouvir repetições sem fim de rezas, como se ele tivesse memória fraca e a reza precisasse ser repetida constantemente para que ele não se esqueça. Em nome de Deus os que se julgavam possuidores das idéias certas fizeram morrer nas fogueiras milhares de pessoas.
Mas a fonte de água cristalina ignora as indignidades que os homens lhe fizeram. Continua a jorrar água cristalina, indiferente àquilo que os homens pensam dela. Você conhece a estória do galo que cantava para fazer nascer o sol? Pois havia um galo que julgava que o sol nascia porque ele cantava. Toda madrugada batia as asas e proclamava para todas as aves do galinheiro: “Vou cantar para fazer o sol nascer”. Ato contínuo subia no poleiro, cantava e ficava esperando. Aí o sol nascia. E ele então, orgulhos, disse: “Eu não disse?”. Aconteceu, entretanto, que num belo dia o galo dormiu demais, perdeu a hora. E quando ele acordou com as risadas das aves, o sol estava brilhando no céu. Foi então que ele aprendeu que o sol nascia de qualquer forma, quer ele cantasse, que não cantasse. A partir desse dia ele começou a dormir em paz, livre da terrível responsabilidade de fazer o sol nascer.
Pois é assim com Deus. Pelo menos é assim que Jesus o descreve. Deus faz o sol nascer sobre maus e bons, e a sua chuva descer sobre justos e injustos. Assim não fiquem aflitos com minhas idéias. Se eu canto não é para fazer nascer o sol. É porque sei que o sol vai nascer independentemente do meu canto. E nem se preocupem com suas idéias . Nossas idéias sobre Deus não fazem a mínima diferença para Ele. Fazem, sim, diferença para nós. Pessoas que tem idéias terríveis sobre Deus não conseguem dormir direito, são mais suscetíveis de ter infartos e são intolerantes. Pessoas que têm idéias mansas sobre Deus dormem melhor, o coração bate tranqüilo e são tolerantes.
Fui ver o mar. Gosto do mar quando a praia está vazia da perturbação humana, Nas tardes, de manhã cedo. A areia lisa, as ondas que quebram sem parar, a espuma, o horizonte sem fim. Que grande mistério é o mar! Que cenários fantásticos estão no seu fundo, longe dos olhos! Para sempre incognoscível! Pense no mar como uma metáfora de Deus. Se tiver dificuldades leia a Cecília Meirales, Mar Absoluto. Faz tempo que, para pensar sobre Deus, eu não leio teólogos; leio os poetas. Pense em Deus como um oceano de vida e bondade que nos cerca. Romain Rolland descrevia seu sentimento religioso como um “sentimento religioso”. Mas o mar, cheio de vida, é incontrolável. Algumas pessoas têm a ilusão que é possível engarrafar Deus. Quem tem Deus engarrafado tem o poder. Como na estória de Aladim e a lâmpada mágica. Nesse Deus eu não acredito. Não tenho respeito por um Deus que se deixa engarrafar. Prefiro o mistério do mar… Algumas pessoas não gostam do que penso sobre Deus porque elas deixam de acreditar que suas garrafas religiosas contenham Deus…

Uma esquerda religiosa e sem esperança - Filipe Samuel Nunes em Gospelprime

As pilhagens e o gosto pela violência que atravessa os Estados Unidos têm surpreendido o mundo. Alguns argumentarão que o problema racial é...